sexta, 26 de abril de 2024
Com muito carinho e empatia

“Era uma vez” busca sempre um “final feliz”...

Grupo solidário, há seis anos, visita pacientes da Santa Casa e leva mensagens de esperança e otimismo

11 Jan 2022 - 08h52Por Marcos Escrivani
Era Uma Vez: um grupo de voluntários que leva amor ao próximo, empatia e momentos de paz de espírito - Crédito: Arquivo PessoalEra Uma Vez: um grupo de voluntários que leva amor ao próximo, empatia e momentos de paz de espírito - Crédito: Arquivo Pessoal

Tudo começou através de um sinal. Um gesto de carinho que, anos mais tarde, se transformou em um grupo solidário e que leva com regularidade, mensagens de esperança e otimismo. Com direito a músicas e cantigas. Assim é o “Era Uma vez”, uma iniciativa de uma funcionária da Santa Casa e que hoje conta com 10 voluntários.

Uma história repleta de amor, carinho e empatia para com o próximo e procura sempre fazer com que tudo tenha um “final feliz”, tal qual os contos que nossos avós e pais contavam quando todos éramos crianças...

Com o fundamental auxilio da assessoria de imprensa da Santa Casa, chegamos à idealizadora do “Era Uma Vez”. A técnica em radiologia médica Araci Teixeira Guimarães, 44 anos. Com muita simpatia e uma dose extra de carisma, procurou narrar como tudo começou. Em novembro, o grupo completou 6 anos de existência.

UM SINAL...

Araci trabalha na Santa Casa há 25 anos. Durante essas duas décadas e meia, afirmou ao São Carlos Agora que sempre acreditou no poder da humanização e acolhimento e contou que um dia foi paciente na instituição de saúde.

“Trabalhava há 11 anos na Santa Casa quando sofri um acidente e fiquei internada por 11 dias. Neste período, um senhor também se acidentou e senti a necessidade de mandar uma cartinha para ele. Dias depois, sua esposa agradeceu em nome dele. O curioso é que ele teve alta antes e pediu para me conhecer. Isso me fez muito bem. Compartilhei essa história nas redes sociais e foi o primeiro passo para a criação do grupo”, disse.

ENTÃO, AS CRIANÇAS...

O outro passo dado pela técnica em radiologia médica foi quando começou a visitar a pediatria da Santa Casa e contar estórias para os pequenos pacientes. “Tentava humanizar o ambiente, pois o amor contagia. Foi quando conversei com uma amiga e começamos a idealizar um projeto, que mais tarde se tornaria o “Era Uma Vez”. Tudo ocorreu gradativamente”.

RAIO X NÃO DÓI...

Outra iniciativa de Araci foi levar sua ideia para a Igreja Adventista que frequenta.  Formada em Magistério, ela conversou com o pastor Marcelo Rezende para dar sequência ao seu sonho de formar um grupo solidário.

“Por ser professora também, tenho o dom de me aproximar de crianças. Então bolamos criar bonequinhos e um deles se chamava o Super X que fazia parte de uma estória que o título era “Raio X não dói”. Naquela época, a iniciativa ganhou uma grande dimensão e queríamos que as crianças perdessem o medo de fazer o raio X. Todos os contos tinham princípios familiares”, recordou Araci.

PROJETO CRESCEU...

Assim o “Era Uma Vez” se tornou realidade e cresceu... No começo, todo sábado à tarde. Depois, a cada 15 dias. Mas devido à pandemia da Covid-19, as visitas terminaram em março de 2020.

Araci trabalha na linha de frente no combate ao novo coronavírus e, exatamente um ano depois, o grupo voltou e os integrantes conversaram com a direção da instituição de saúde e inicialmente ocorreu apenas a execução de cantigas no estacionamento, depois nos corredores da Santa Casa. “Mas obedecendo todos os protocolos de segurança (máscaras e distanciamento social). Queríamos apenas espairecer o ambiente. Lembro que postamos essa iniciativa nas redes sociais e viralizou. Superou um milhão de visualizações”, afirmou, orgulhosa.

UMA CEREJINHA NO BOLO

Para encerrar 2021, o “Era Uma Vez” bolou uma iniciativa bem diferente. Com a ajuda de vários voluntários e de crianças, foram elaboradas 552 cartas, entregues para pacientes da Santa Casa e da Unimed. Além de profissionais da saúde.

Em todas as cartas, desenhos e mensagens altruístas, de valor moral e de incentivo. Para as crianças, mais novidades: naninhas e brinquedos. Além de cantorias com temas natalinos. Sem se esquecer da contação de histórias.

“Foram crianças, adultos e idosos que escreveram as cartas. Para os profissionais da saúde, um eterno agradecimento. Para os pacientes, desejar saúde e pronta recuperação. Em síntese, passar para o papel tudo que cada um sentia no coração, no momento em que era escrita a cartinha”, disse Araci, salienta que o grupo, independentemente da religião, é aberto a toda comunidade. “Basta apenas levar o amor de Deus. Levar humanização e acolhimento”, relatou.

2022

Por fim, Araci garantiu que 2022 promete ainda mais novidade, pois o “Era Uma Vez” pretende retomar as oficinas e elaborar fantoches para a contação de histórias e entregar bonequinhos para as crianças.

“Vamos adquirir duas máquinas e com a participação de voluntários, ter a possibilidade de dar mais um passo e levar ainda mais amor e carinho para as pessoas. Com a graça de Deus, fazer com que toda a história tenha a possibilidade de um final feliz”, revelou.

PROFESSORA, ENFERMEIRA, CARTEIRO, BARBEIRO...

Não importa a profissão. Mas apenas empatia, felicidade, luz no olhar e muito amor ao próximo. “Ingredientes” importantes para que os voluntários possam integrar o “Era uma Vez”.

Desta forma, na atualidade, o grupo possui dez pessoas que participam ativamente das ações sociais. Tem professora, enfermeira, carteiro, barbeiro, cabeleireira, entre outros.

A profissão é um mero detalhe. O que vale é o amor que há no coração. O “Era Uma Vez” é formado por Eliane Salvo Marques, professora, 39 anos; Djefferson Renato Marques, carteiro, 39 anos; Carla Spedine Moreno Ortega, enfermeira, 46 anos; Brenda Rayza da Silva Quadros, pedagoga, 28 anos; Sara de Morais Mendonça, instrutora de técnica vocal, 42 anos; Araci Teixeira Guimarães, técnica em radiologia médica, 44 anos; Valdinéia Ribeiro, cabeleireira, 41 anos; Natália A. Santos, analista de compras, 31 anos. Aline Leite da Silva Cruz, técnica em nutrição clínica, 33 anos; e Lenilton Santos, 45 anos, barbeiro.

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