sexta, 26 de abril de 2024
Em queda livre

“Licença na FPF pode ser o primeiro passo para o fim das atividades do São Carlos”, afirma Julinho Bianchim

17 Ago 2020 - 07h45Por Marcos Escrivani
Julinho: “Com o afastamento das atividades, pode ser o primeiro para o fim das atividades, o fechamento das portas” - Crédito: Marcos EscrivaniJulinho: “Com o afastamento das atividades, pode ser o primeiro para o fim das atividades, o fechamento das portas” - Crédito: Marcos Escrivani

Um futuro negro e sombrio. Este pode ser o caminho que o São Carlos FC esteja tomando ao pedir licença e desistir da participação no Campeonato Paulista da Série B em 2020. O ponto de vista é do ex-presidente e fundador, o empresário Julinho Bianchim que briga na Justiça há quatro apenas para reaver o comando do clube, hoje nas mãos de Carlos Antunes que foi procurado várias vezes pela reportagem do São Carlos Agora, e não retornou em nenhuma das oportunidades para falar sobre a disputa judicial, bem como o pedido de licença junto a Federação Paulista de Futebol (FPF).

Não escondendo uma sensação de frustração, aliada com a impotência por não ter o poder de decisão, Julinho concedeu entrevista ao portal e relatou que se sente indignado ao saber que o clube que fundou não terá futebol profissional em uma temporada, após 15 anos de existência.

“É uma interrogação muito grande a maneira como o Carlos (Antunes) toca o futebol e trata a cidade. Queria entender. A tristeza é enorme, além de uma grande decepção. Tenho conhecimento que passamos por um momento de crise, devido a pandemia da Covid-19, mas não esperava por isso, pois temos em São Carlos, pessoas que trabalham pelo futebol. Eu, por exemplo, busco na Justiça há quatro anos o direito de reaver o clube, mas ele (Antunes) sempre busca defesas protelatórias. Dá a entender que não pensa no clube e nem na cidade. Muito menos daqueles que gostam do futebol”, analisou o empresário.

CIDADE VAIDOSA

Para Julinho, São Carlos é uma cidade vaidosa e normalmente quem é ligado ao esporte conjuga o verbo sempre na primeira pessoa do singular. “Tipo eu faço, eu quero. Não pensa em conjunto. Eu, particularmente, penso que a cidade não comporta dois clubes. Acho inviável. A começar pelo fato de termos apenas um estádio de futebol e dividir o uso é complicado”, ponderou.

Questionado, com o licenciamento da Águia, os torcedores iriam se ‘bandear’ para o Grêmio São-carlense, Julinho tem um ponto de vista. “Sei que o São Carlos tem uma torcida fiel. Mas caso o clube não dispute a Série B, este carinho pode ser transferido e as pessoas torcer pelo futebol da cidade, disse, salientando que seria difícil comandar um clube em tempos atuais.

“O futebol está caro e inflacionado e acredito que São Carlos não tenha empresas em condições de patrocinar um clube. A situação atual está muito difícil”.

COMEÇO DO FIM...

Indagado sobre o futuro após o pedido de licença da atual direção junto a FPF, o fundador do clube mostrou um grande pessimismo. “A cada dia que passa, a dívida aumenta e hoje o São Carlos deve algo em torno de R$ 2 milhões. Com o afastamento das atividades, pode ser o primeiro para o fim das atividades, o fechamento das portas. Um fim bem triste. Na Justiça a luta é difícil e causa desânimo. Quando você tenta comandar um time e o placar está 0 a 0 (sem dívida), a disposição é uma. Mas quando você pega um time que já está tomando uma goleada de 10 a 0 (endividado) é outra coisa. As dívidas se acumulam e temos que repensar nossa decisão. Neste período em que busco na Justiça o direito de comando o São Carlos, por várias vezes busquei o diálogo com o Antunes. Mas ele não responde, não fala comigo. Como tentar um acordo se não consigo chegar nele. Ele não conversa”, finalizou.

Leia Também

Últimas Notícias