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sexta, 05 de dezembro de 2025
Trabalho

Pela primeira vez, São Carlos ultrapassa 90 mil com carteira assinada

A pesquisa do CAGED também mostra que houve um incremento de 14.663 postos de trabalho entre 2020, ano da pandemia de Covid-19, e 2025

07 Out 2025 - 05h58Por Da redação
Serviços continua liderando o emprego, mantendo 42.257 contratos de trabalho formal com registro em carteira - Crédito: DivulgaçãoServiços continua liderando o emprego, mantendo 42.257 contratos de trabalho formal com registro em carteira - Crédito: Divulgação

O município de São Carlos superou, em agosto, pela primeira vez na história, a marca de 90 mil empregos com carteira assinada, chegando a 90.565 contratos vigentes. Os dados são oficiais do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados na semana passada pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A pesquisa analisa apenas os contratos de trabalho com registro em carteira e todos os direitos trabalhistas previstos em lei, como férias, décimo terceiro salário, FGTS e aviso prévio, entre outros.

Desse total, 42.257 são empregos no setor de serviços, 24.432 na indústria, 17.101 no comércio, 4.084 na construção e 2.689 na agropecuária — o que revela uma economia bastante diversificada, consolidada ao longo das últimas décadas.

A pesquisa do CAGED também mostra que houve um incremento de 14.663 postos de trabalho entre 2020, ano da pandemia de Covid-19, e 2025. Em 2020, o estoque de empregos era de 75.902; em 2021, saltou para 81.187; em 2022, esse número avançou para 84.395; no ano seguinte, chegou a 85.036; em 2024, foi para 87.907; e agora, em oito meses de 2025, atingiu 90.565.

O maior salto ocorreu entre 2020 e 2021, quando foram acrescentados 5.285 empregos ao estoque de São Carlos. A explicação está na recuperação da economia após a pandemia. Esse contexto fica ainda mais evidente ao comparar os anos de 2020 — ápice da crise sanitária — e 2022, quando o Brasil já havia praticamente solucionado o problema. Nesse período, o número de empregos formais aumentou em 8.493 postos de trabalho.

A economia são-carlense é diversificada e forte em vários setores, e, por conta dessa combinação de fatores, São Carlos lidera o PIB Regional. O PIB mede o volume de bens e serviços gerados em um município durante determinado período. A chamada “Capital da Tecnologia” responde por 28,5% do PIB Regional, com um valor de R$ 14.141.854.369. Em segundo lugar está Araraquara, com 24,1% e um montante de R$ 11.953.237.471.

A pesquisa, realizada pelo IBGE e divulgada nesta semana pela Fundação SEADE, revela que o PIB de São Carlos é impulsionado principalmente pela indústria, responsável por 30% da geração de riquezas. Em segundo lugar vem o setor de serviços, com 28,4%, seguido pela agropecuária, que representa 9,2% da formação do PIB.

A economia de São Carlos sempre se destacou pela diversificação. Nas últimas três décadas, a cidade se consolidou como um polo automotivo, com a implantação da fábrica de motores da Volkswagen, e entrou no mapa do setor aeronáutico — primeiro com o centro de manutenção da TAM e, agora, com a LATAM e uma alfândega no aeroporto municipal. Esse conjunto se soma a um amplo parque industrial do setor metalmecânico, a diversas startups, a um setor imobiliário robusto e a uma área de serviços e comércio que se expande continuamente.

“Assim como no orçamento de um indivíduo se recomenda que os investimentos nunca estejam concentrados em uma única ‘cesta’, na economia de um país, estado ou município ocorre o mesmo. Quanto mais diversificada for a fonte de geração de riqueza, e quanto menos dependente de um único produto ou setor, maiores são as chances de sustentabilidade do crescimento econômico ao longo do tempo. Isso acontece porque a diversificação reduz o risco de que oscilações pontuais ou setoriais impactem o desempenho geral da economia”, explica o economista Jaime Vasconcellos.

O especialista ressalta que, em São Carlos, esse é justamente o caso. “Temos um município com comércio resiliente, um setor de serviços em expansão e forte influência do ensino universitário — que sempre traz benefícios socioeconômicos —, além de segmentos industriais de alta incorporação tecnológica. Isso tudo, somado à sua posição geográfica estratégica, com fluxos ativos de escoamento produtivo e substancial impacto do agronegócio, garante estabilidade à cidade. Tanto que, entre 2012 e 2021 — período em que o país enfrentou uma recessão econômica (2015-2016) e as fortes consequências das ondas da pandemia (2020-2021) —, o mercado de trabalho formal de São Carlos avançou 5,7%, o dobro do aumento percentual registrado no Brasil”, destacou Vasconcellos.

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