sexta, 26 de abril de 2024
Comitê Emergencial de Combate ao Conoravírus

Profissionais da saúde de São Carlos divulgam carta aberta e pedem ajuda da população

No dia em que foi divulgado em as UTI’s da ala Covid-19 estão com carga máxima, afirmam estar cansados. Mas pedem paciência e resiliência

21 Jan 2021 - 13h05Por Marcos Escrivani
Uma das profissionais que integram o Comitê Emergencial durante fala na carta aberta - Crédito: DivulgaçãoUma das profissionais que integram o Comitê Emergencial durante fala na carta aberta - Crédito: Divulgação

Uma carta aberta divulgada a toda população são-carlense, profissionais da saúde e representantes da entidades que fazem parte do Comitê Emergencial de Combate ao Coronavírus, pedem para que todos tenham paciência e resiliência.

Em um vídeo que pode ser acessado no portal da Prefeitura Municipal (https://bityli.com/QuNME), médicos, enfermeiros e profissionais de várias áreas alertam para o atual estágio da infecção em São Carlos, justamente no dia em que é revelado que a totalidade de leitos da UTI Covid-19, tanto da Santa Casa do Hospital Universitário estão ocupados.

No vídeo de 3m42s os relatos são feitos por Sigrid de Souza Santos, médica infectologista e docente de Medicina da UFSCar; Maria Fernanda Cereda e Kátia Spiller, supervisoras da Vigilância Sanitária; Crislaine Ap. Mestre, diretora da Vigilância Sanitária; Ludmilla Alexandre A. Lewinsohn, médica pediatra do Hospital Universitário; Tamara S. Destro, fisioterapia da Ala UTI Covid da Santa Casa; Bianca P. Ligabo, enfermeira da Santa Casa; Silvana G. F. Chachá, chefe Departamento de Medicina UFSCar; Janete Akamine, gerente geral hospitalar Unimed; Larissa Franco Lui, enfermeira Serviço Controle de Infecções Unimed; Paulo Morra, médico infectologista e diretor técnico Unimed; Lívia Mendes Zacare, farmacêutica São Francisco; Nathália F. Oliveira, técnica enfermagem São Francisco; Renato Rizzoli e Márcio Gomes, médicos urgência e emergência Samu; Fabiane M. Souza, fisioterapeuta UTI Hospital Universitário; Cíntia P. Souza, enfermeira clínica médica Hospital Universitárioe Aline C. Lozano, fonoaudióloga.

Abaixo, a carta aberta em sua íntegra:

“Chegamos a um ponto, em que precisamos da ajuda de todos para que consigamos cuidar de todos!

Em nossa rotina, como profissionais de saúde, costumamos viver um equilíbrio entre os que nascem e os que morrem, os que adoecem e os que se curam, entre a esperança e o medo.

Em 2020, fomos surpreendidos com o desequilíbrio, já que as perdas se tornaram constantes.

Perda não só de pacientes, mas no direito de ir e vir, na oportunidade de dar um abraço, de comemorar uma data importante, de fazer uma viagem, de uma simples reunião com os amigos.

E cada perda nossa de cada dia, dessa vez também foi e continua sendo compartilhada com toda a sociedade.

Em São Carlos, porém, o esforço feito para superar a falta de liberdade veio durante todos esses meses garantindo mais força.

São Carlos foi uma das primeiras cidades a decretar as medidas de isolamento. Investimos em testagem e em estrutura hospitalar robusta o que garantiu que até hoje ninguém ficasse sem atendimento digno ou leito para ser tratado.

Mais de 80 vidas perdidas até agora foram contabilizadas não só como um número, mas como uma verdadeira derrota.

Essa batalha por cada doente fez também com que tivéssemos a menor taxa de mortalidade do Estado de São Paulo.

Depois de tanto tempo, todos estamos cansados. A falta de perspectiva da retomada da liberdade vem fazendo com que muitos desistam.

Assistimos, nas festas de final de ano, as pessoas deixando de lado todo o aprendizado conquistado até aqui e, como consequência, hoje vemos os leitos para pacientes com Covid-19 se tornando escassos.

Nosso medo é que a situação crítica de outras cidades chegue até nós e, enfim, não tenhamos como e nem onde cuidar de todos.

Essa carta aberta não tem a intenção de ensinar ou impor mais nada, pois a importância das máscaras, do distanciamento e do uso do álcool gel, todos já aprenderam”.

Essa carta tem a intenção de apelar para que busquemos a paciência e a resiliência. Em uma pandemia, cada pessoa é responsável pela sua saúde e pela dos outros também.

As autoridades precisam cumprir seu papel de gestão, orientação técnica e fiscalização. Cada atitude (boa ou má) tem consequências coletivas. Precisamos da ajuda de todos para que consigamos cuidar de todos!

E vale um alerta! Mesmo com a vacinação nos próximos dias, ela não vai resolver o problema do dia pra noite. Por isso, os comportamentos básicos de cada um de nós, como o uso de máscaras e o distanciamento, ainda devem ser respeitados!

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