Antevendo possíveis surtos, ou novas variantes da Covid-19, vírus que veio alterar profundamente os tradicionais estilos de vida das populações, muitas empresas de serviços sediadas nos Estados Unidos decidiram funcionar definitivamente de forma remota, isto porque uma grande porcentagem delas tentou reabrir seus escritórios várias vezes, um processo que foi sendo interrompido cada vez que havia um pico maior de contaminações, ou quando uma nova variante surgia. Obviamente que quando acontecia uma interrupção, os prejuízos eram grandes, não só para as empresas quanto para a vida pessoal dos seus funcionários. Com isso, a cultura do trabalho presencial na área de serviços - cinco dias por semana e oito horas por dia -, rigorosamente mantida até março de 2020, desmoronou completamente a partir daí com a entrada em vigor do trabalho remoto. No início dessa modalidade, segundo depoimentos de muitos responsáveis por empresas norte-americanas, ajustar a cultura delas a um modelo remoto foi um desafio, mas que de forma quase natural ficou demonstrado que num curto espaço de tempo os funcionários se integraram, puderam organizar suas vidas de uma forma diferente - e com benefícios pessoais - e não deixaram de ser produtivos - muito pelo contrário -, sendo que seus salários e promoções não sofreram qualquer alteração. Para muitos diretores norte-americanos que optaram por introduzir o trabalho remoto, ficou mais fácil gerir uma equipe diversificada quando não se está limitado a uma geografia específica. Quanto aos escritórios “físicos”, esses começaram a ser usados como espaços dedicados a reuniões pontuais e/ou eventos. A tendência do trabalho remoto parece não ser apenas uma característica dos Estados Unidos, já que muitos países, principalmente na Europa, adotaram igualmente este modelo e com as mesmas justificativas - a facilidade de gestão, a produtividade, e os benefícios para os funcionários e para o público. Conforme reportagem publicada recentemente na CNN Business sobre este tema “(...) definitivamente, a antiga cultura empresarial está mudando de forma vertiginosa no mundo, arrastando com ela todas as suas tradições e rituais (...)”.
O autor é jornalista profissional / correspondente para a Europa pela GNS Press Association / EUCJ - European Chamber of Journalists / European News Agency) - MTB 66181/SP.
Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.
