sexta, 26 de abril de 2024
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Síndrome do Ninho Vazio

23 Set 2019 - 07h16Por (*) Bianca Gianlorenço
Síndrome do Ninho Vazio -

A síndrome do ninho vazio é caracterizada por um sofrimento excessivo dos pais, com a saída dos filhos de casa, quando vão estudar fora, quando casam ou vão viver sozinhos.

Esta síndrome parece estar ligada à cultura, ou seja, em culturas em que as pessoas, principalmente as mulheres, se dedicam exclusivamente à criação dos filhos, a sua saída de casa causa mais sofrimento e sentimento de solidão, em relação a culturas onde as mulheres trabalham e têm outras atividades na sua vida. 

Geralmente, as pessoas no período em que os filhos saem de casa, deparam-se com outras mudanças em seu ciclo vital, como aposentadoria, ou início da menopausa nas mulheres, o que pode agravar sentimentos de depressão e baixa autoestima. 

Os pais e mães que sofrem da síndrome do ninho vazio, apresentam geralmente sintomas de dependência, sofrimento e tristeza, associado a quadros depressivos, perda de papel de cuidadora dos filhos, principalmente em mulheres que dedicaram a sua vida exclusivamente à criação dos filhos, sendo muito difícil para elas vê-los partir.

O que fazer?

Aceitar o momento:

Deve-se aceitar a saída dos filhos de casa sem comparar esta fase, com a própria fase quando deixaram seus pais. Em vez disso, os pais devem ajudar o filho neste momento de mudança, para que ele tenha sucesso nesta nova fase.

Manter o contato:

Apesar de os filhos não viverem mais em casa, isso não significa que eles não continuem a frequentar a casa dos pais. Os pais podem continuar perto dos filhos mesmo morando separados, fazendo visitas, telefonemas ou combinando passeios juntos.

Procurar ajuda:

Se os pais sentirem dificuldade em superar esta fase, devem procurar     ajuda e apoio junto de familiares e amigos. As pessoas com esta síndrome podem mesmo necessitar de tratamento e para isso devem procurar um médico ou psicólogo.

Fazer atividades:

Aconselha-se que os pais busquem atividades prazerosas, voltem o olhar para si mesmo, buscando o que é saudável para poder superar essa fase e não correr o risco de desenvolver a depressão.

Toda situação nova gera medo, e a saída dos filhos é uma situação nova para toda a família, portanto é necessário paciência até o desconforto passar.

Atentem-se para os sinais da depressão tanto para os genitores quanto para os filhos, se persistirem os sintomas por mais de 3 meses, procure ajude!

(*) A autora é graduada em Psicologia pela Universidade Paulista. CRP:06/113629, especialista em Psicologia Clínica Psicanalítica pela Universidade Salesianos de São Paulo e Psicanalista. Atua como psicóloga clínica.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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