quinta, 25 de abril de 2024
Direito Sistêmico

O que sentimos quando pensamos em justiça

22 Nov 2019 - 07h00Por (*) Dra. Rafaela Cadeu de Souza
O que sentimos quando pensamos em justiça -

O sentimento que se apresenta na parte de um processo judicial quando requer que seja feita a “JUSTIÇA” revela não somente o esperado pela parte, mas também por todo o seu sistema familiar.

Existe um histórico de cada um, que é singular, podendo o conflito jurídico ser uma oportunidade de primeiro sentir o que não ficou resolvido, não incluído, num sistema familiar e todos os excluídos, são aqueles, por exemplo, que foram abortados, leprosos, aqueles que eram internados em manicômios, os viciados, fazem parte, e o próprio sistema atua num sentido de trazer novamente um equilíbrio que se perdeu em um determinado momento.

Por isso o Direito Sistêmico auxilia o Direito Tradicional ao favorecer um entendimento maior, ampliado, que traz o sentimento de que realmente a Justiça se fez, não retornando mais nem como recursos infindáveis e nem com outras questões semelhantes no Judiciário.

Assim, a Justiça é um valor muito alto, que pode determinar assim como será o seguimento das partes, pode determinar a prisão pelo tempo correto e necessário. Quando um inocente é preso por anos injustiçado, como sente ele próprio e a sua família em relação a essa “Justiça”?

Portanto, o Direito e o sistema processual legislativo quando permite a existência de formas alternativas de resolução de conflitos está atuando em consonância com os Princípios da Dignidade Humana, previstos na Constituição Federal de 1988, e incluindo dessa forma, todos os interessados, pois permite e  autoriza a solução mais célere para as partes. Mas para esse passo, que parece ser tão simples, quando objeto de leitura, requer muito esforço de todos os envolvidos, pois todos precisam abrir mão de algo. Às vezes, é de um sentimento que estamos falando, de uma ilusão de quanto se pode auferir com o processo, dinheiro que antes não existia, e tudo isso, depende de muita responsabilidade e abertura para o que sempre o Direito Sistêmico propõe que é o “olhar ampliado” e isso de todos, e não somente de uma das partes. O índice de acordos quando ambos estão dispostos a “abrir mão” de algo, é muito maior, quando somente de um lado.

Assim, o processo judicial e a sentença, passam antes pelos sentimentos, aqueles não resolvidos, que são revestidos de uma capa processual, e que terão novamente a oportunidade de serem resolvidos no Judiciário, e o que pensam e sentem as partes podem conduzir a solução ou não, claro que atuando como coadjuvante do sistema legislativo e processual do País.

(*) A autora é Advogada Sistêmica, inscrita na OAB/SP 225.058 e Presidente da Comissão de Direito Sistêmico da 30ª Subseção de São Carlos.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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