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sábado, 14 de dezembro de 2024
Artigo Rui Sintra

Em São Carlos - Inovação na desinfecção e descontaminação de colchões hospitalares

29 Nov 2024 - 06h00Por (*) Rui Sintra
Em São Carlos - Inovação na desinfecção e descontaminação de colchões hospitalares - Crédito: Divulgação Crédito: Divulgação

E as pesquisas não param na USP de São Carlos. Desta vez, um novo projeto apoiado pela Unidade EMBRAPII do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) foi testado com sucesso na Santa Casa de Misericórdia de nossa cidade (SCMSC), correspondendo a um equipamento desenvolvido pela empresa “EcoStove”, sediada na cidade de Salto (SP), em colaboração com a fábrica “Relux”, de Ribeirão Pires (SP), para desinfecção e descontaminação de colchões hospitalares, um produto já patenteado em colaboração com a USP. O citado equipamento será disponibilizado em duas versões - móvel, com capacidade para 06 colchões, e fixo, neste último caso podendo fazer a descontaminação de 12 colchões. A inovação deste novo equipamento está na combinação que é feita através de UVC, ozônio e índice de temperatura, incluindo a pulverização de Quartenário de Amônio 5, um processo total que demora apenas entre 60 e 90 minutos. Para o inventor deste equipamento e proprietário da empresa, Plácido Neto, com quem tive a oportunidade de conversar, a utilização do equipamento móvel é que se torna bastante interessante para os hospitais e casas de saúde, já que, sendo uma prestação de serviço, os custos são muito atrativos. O equipamento consegue desinfectar e descontaminar os colchões em até 99,99% nas superfícies externas e 90% na superfície interna das espumas, com a particularidade de apresentar um software que foi concebido unicamente para essa operação e que armazena os dados completos de cada processo de descontaminação, ficando os mesmos disponíveis para serem consultados pelos responsáveis clínicos. Não necessitando de qualquer mão de obra dos estabelecimentos hospitalares, já que o equipamento é operado apenas por um funcionário da empresa, este equipamento móvel foi inicialmente testado no Laboratório de Apoio Tecnológico (LAT) do IFSC/USP antes de ser submetido à prova na SCMSC. O Engº Daniel Chianfrone (LAT), com o qual também conversei, sublinha que essa é uma inovação que está sendo entregue à sociedade e que, numa primeira fase, irá atender as demandas da SCMSC. Chianfrone sublinhou que esse é um equipamento que dá uma resposta muito positiva às atuais necessidades dos hospitais, que estão cada vez mais impactados pela disseminação de infeções e contaminações transmitidas pelos colchões das enfermarias, pelo que ele se manifestou bastante feliz por estar contribuindo com esse desenvolvimento científico e tecnológico. Por outro lado, Chianfrone pontuou também que foi uma experiência muito gratificante para ele, já que teve a oportunidade de mergulhar em novas tecnologias, e, neste caso concreto, na combinação entre o ozônio e a temperatura. Para o pesquisador da Unidade EMBRAPII – IFSC/USP, Prof. Dr. Daniel Varela Magalhães, este projeto usa a inovação no sentido de uma ação de descontaminação e de controlo microbiológico, sendo que, por isso, essa mesma inovação tem um apelo social muito grande já que o alcance é imediato na área da saúde. Para o Prof. Daniel, esse foi um projeto que saiu da área de pesquisa há relativamente pouco tempo e já está sendo aplicado. Além do tempo relativo às pesquisas realizadas para este projeto, e que, como era de se esperar, demoraram alguns anos até ficarem concluídas, este projeto demorou cerca de um ano para ficar pronto e agora está sendo apresentado na forma de protótipo do equipamento, praticamente igual ao que vai ser o modelo final. Este protótipo ficará em ambientes relevantes, que são as dependências da SCMSC, naquilo que usualmente chamamos de “estágio de maturidade tecnológica”, e onde serão realizados todos os últimos testes de segurança avançada. Recordo aos meus leitores que a EMBRAPII é extremamente importante para a pesquisa e inovação industrial, já que ela permite compartilhar os riscos por que passam as empresas. Assim a EMBRAPII divide esses riscos com as empresas, fazendo com que elas tenham um melhor “arcabouço” para poderem desenvolver seus projetos junto com as universidades, já que com essa interação elas têm caminhos menos arriscados para trilhar. São esses recursos, a fundo perdido, oriundos da EMBRAPII, que consolidam os projetos das empresas. Para que os meus leitores possam estar mais bem informados, disponibilizo no link a seguir o relatório técnico deste projeto, emitido pelo IFSC/USP - https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/wp-content/uploads/2024/11/RELATORIO-TECNICO-IFSC-COLCHOES.pdf - e também o link para o vídeo que aborda este equipamento - https://www.youtube.com/watch?v=BDC360qalyA

O autor é jornalista profissional/correspondente para a Europa pela GNS Press Association / EUCJ - European Chamber of Journalists/European News Agency) - MTB 66181/SP.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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