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Artigo Rui Sintra: É caso para pensar

23 Mar 2016 - 10h59Por (*) Rui Sintra
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Com a concretização de mais um atentado perpetrado pelo grupo terrorista Estado Islâmico, ocorrido ontem em Bruxelas, na Bélgica, e que deixou 31 mortos e mais de duas centenas de feridos, fica exposta a necessidade de todos os países (sem exceção) adotarem medidas quase extremas e imediatas no sentido de proteger seus espaços territoriais e suas populações, algo que já está acontecendo um pouco pelo mundo afora.

Com a realização dos "Jogos Olímpicos Rio - 2016" e com a estranha decisão tomada anteriormente de "facilitar" a entrada de estrangeiros durante o período do evento, relaxando o controle de vistos, a posição do Brasil vai na contramão das medidas de segurança já adotadas em quase todo o mundo, principalmente a partir de novembro de 2015, quando do atentado em Paris.

Não será um trabalho fácil para as forças policiais brasileiras controlarem a chegada de centenas de milhares de pessoas para assistirem aos jogos, assim como não será tarefa fácil implantar medidas de inteligência e de contra-inteligência, no sentido de identificar, acompanhar e deter potenciais suspeitos de atos terroristas, até porque o Brasil não está acostumado a esse tipo de ação.

Contudo, mais do que checar a entrada no país de possíveis suspeitos, a implantação de um serviço de inteligência eficaz - que, segundo suponho, foi algo cogitado desde o momento em que o Rio de Janeiro ganhou o pleito para sediar as Olimpíadas (?) - mostra-se extremamente necessária, principalmente agora que o nosso país convulsa social, política e economicamente.

É de esperar que as principais delegações que desembarcarão no Rio de Janeiro, para os Jogos, venham acompanhadas por alguns sistemas de segurança - Israel, Estados Unidos, Reino Unido, França, Espanha e Rússia, entre outros -, mas a pergunta que fica é: está o Brasil preparado para uma eventualidade de atentado durante os jogos?

Não querendo entrar numa "teoria da conspiração", o certo é que o momento social e político que se vive no nosso país é propício para que grupos extremistas internacionais possam aproveitar este vácuo que se vive no Brasil para arregimentarem "lobos solitários" domésticos, que, por motivos vários (entre eles o sectarismo político e a intensão de inflamar ao extremo a convulsão social e política que se vive), possam perpetrar uma ação terrorista em nossa pátria.

Também não está fora de cogitação a eventualidade de grupos domésticos fazerem o trabalho por sua conta e risco, embalados pelas mais diversas paixões ou loucuras, em nome de algo ou de alguém.

Caso isso acontecesse, o resultado seria devastador, com consequências sociais e políticas completamente imprevisíveis: ou seja, o nosso país pegaria fogo, não só dentro, como fora de seus muros. Será que tudo isto foi anteriormente cogitado, tendo em vista não só o sucesso das Olímpiadas no Rio de Janeiro, como também - e com certeza mais importante - a segurança da população?

É caso para pensar.

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