Crédito: DivulgaçãoComo muitos devem saber, o Pibid é uma ação da Política Nacional de Formação de Professores do Ministério da Educação (MEC) que visa proporcionar aos discentes na primeira metade do curso de licenciatura uma aproximação prática com o cotidiano das escolas públicas de educação básica e com o contexto em que elas estão inseridas.
O programa oferece bolsas de iniciação à docência aos alunos de cursos presenciais que se dediquem ao estágio nas escolas públicas e que, quando graduados, se comprometam com o exercício do magistério na rede pública. O objetivo é antecipar o vínculo entre os futuros mestres e as salas de aula da rede pública. Com essa iniciativa, o Pibid faz uma articulação entre a educação superior (por meio das licenciaturas), a escola e os sistemas estaduais e municipais.
A intenção do programa é unir as secretarias estaduais e municipais de educação e as universidades públicas, a favor da melhoria do ensino nas escolas públicas em que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) esteja abaixo da média nacional, de 4,4. Entre as propostas do Pibid está o incentivo à carreira do magistério nas áreas da educação básica com maior carência de professores com formação específica: ciência e matemática de quinta a oitava séries do ensino fundamental e física, química, biologia e matemática para o ensino médio.
O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), que se encontra profundamente envolvido nesse programa, na área de Física, juntamente com a Escola Estadual Prof. Sebastião de Oliveira Rocha, em São Carlos, realizou no passado dia 27 de setembro a entrega oficial de equipamentos e materiais adquiridos com recursos do Pibid e que irão reforçar o conteúdo didático e experimental existente no laboratório da referida escola, uma das poucas com esse tipo de infraestrutura.
O grupo do Pibid é composto por estudantes do Curso de Licenciatura em Ciências Exatas interessados em habilitação na área de Física e é coordenado pelo educador Herbert Alexandre João (IFSC/USP) e pelo Prof. Eduardo Kakuda, docente da Escola Estadual Prof. Sebastião de Oliveira Rocha.
Para Herbert João, o programa Pibid tem essa possibilidade de colaborar com a escola não só com recursos humanos, que são os estudantes da Licenciatura, como também na aquisição de materiais. “Um estudante de graduação que participa do Pibid tem a possibilidade de conhecer na prática a profissão de docente. Atuando com um auxílio financeiro para permanência estudantil, o “pibidiano” tem um prazo muito dilatado para cumprir etapas diferentes - acompanhamento das ações de coordenação e gestão da escola, planejamento pedagógico, etc., tendo a possibilidade de errar, ao contrário do que acontece com uma aluno estagiário. No Pibid existe a possibilidade de inovar, fazendo com que o estudante crie suas próprias disciplinas com o apoio da escola, experimentação de atividades planejadas, com novas metodologias. É sentir na pele o que é ser professor”, pontua Herbert.
O Prof. Eduardo Kakuda não esconde seu contentamento pelos resultados obtidos através do Pibid, comentando, com orgulho, que sua escola - com uma população escolar com cerca de setecentos alunos e trinta professores, em tempo integral - é diferenciada das outras, já que além das matérias inseridas no currículo, ela oferece algo mais a seus alunos: o trabalho em experimentos laboratoriais, tanto no ensino fundamental, como no médio, neste caso até o 2º ano. “Nós, professores não temos muito tempo hábil para fazer o preparo dos experimentos e os “pibidianos” ajudam enormemente nesse quesito, ou seja na preparação dos experimentos que irão compor as aulas práticas para nossos alunos. Por outro lado, desenvolvemos nesta escola o denominado “Projeto Vida”, uma ação dedicada a orientar os alunos nas suas expectativas acadêmicas e/ou profissionais, sendo que nesse capítulo os “pibidianos” também ajudam muito”, relata Kakuda, com uma satisfação partilhada pelo Coordenador Geral da escola, Prof. Sérgio Pizanno. “A parceria existente entre o PIBID do IFSC/USP - por intermédio dos recursos humanos que estão sendo formados nesse Instituto - e a nossa escola, veio enriquecer bastante nosso trabalho, principalmente no que concerne às aulas de Física, e inclusive nas disciplinas eletivas: considero que tem sido um trabalho fantástico e quem ganha com tudo isso são nossos alunos, com certeza”.
Para Gustavo Lemos, professor de Física da escola “Os “pibidianos” complementam nosso trabalho de forma fantástica. A área de Ciências teve um crescimento grande aqui na escola e muitos alunos que estavam afastados da disciplina começaram a participar porque uma coisa é a Física na teoria, outra coisa é ver a Física na prática”.
Por último, a palavra de quem trabalha diretamente com o projeto: Alexandra Moreira, graduanda do Curso de Licenciatura em Ciências Exatas e “pibidiana” do IFSC/USP, não esconde sua satisfação. “Como futuros professores, o Pibid é extremamente importante para nossa formação: o primeiro contato que temos com as escolas - de acordo com nossa grade curricular - é só no 3º ano do curso, ou seja, nos dois primeiros anos não temos qualquer noção do que é ser realmente professor e se essa é, de fato, a profissão que queremos”, sublinha Alexandra, acrescentando que um dos pontos mais importantes em participar do Pibid é conhecer como funciona uma escola de verdade, enfrentando as burocracias, a gestão, participando de reuniões, etc. “Ano passado participamos de uma disciplina eletiva aqui na escola; montamos toda a disciplina, a ementa, grade e conteúdos, e isso foi extremamente importante para todos nós, foi um grande aprendizado”, pontua a estudante, enfatizando que “Se não fosse o Pibid já teria desistido do meu curso”.
Além de Alexandra Moreira, o grupo Pibid do IFSC/USP conta ainda com os bolsistas Adriana Thais Dias Ferreira, Deborah Emiliano Waldow, Gabriel Ibelli, Lucas Beraldinelli Nardini, Mateus Henrique Carvalheiro, Vitor Hugo e Yara Torres de Souza. (Rui Sintra - Assessoria de Comunicação IFSC/USP)
