sexta, 26 de abril de 2024
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'Falação' em celular vira caso de polícia entre vizinhas em Araraquara

05 Set 2014 - 08h13Por araraquara.com
Para a professora, principal problema é o barulho noturno: “Não consigo dormir”, afirma. (Foto: Deivide Leme/Tribuna Impressa) - Para a professora, principal problema é o barulho noturno: “Não consigo dormir”, afirma. (Foto: Deivide Leme/Tribuna Impressa) -

“Não consigo dormir. Ela fala alto no telefone a maior parte do tempo que está em casa, que é justo quando eu preciso descansar para acordar cedo e trabalhar”, o desabafo é de uma professora de 42 anos, de Araraquara.

Mas o que poderia ser só um “probleminha’ entre vizinhas virou caso de polícia. A professora, que pediu para não ser identificada, fez um boletim de ocorrência por perturbação do sossego.

Esse tipo de caso, que literalmente tem tirado o sono de muita gente em Araraquara, é cada dia mais frequente.

Levantamento da Polícia Civil, feito à pedido da Tribuna, registrou cem boletins de ocorrência por conta de barulhos provocados de madrugada, algazarras e som alto.

De acordo com a estatística, os casos de perturbação de sossego tiveram um aumento de 22% no primeiro semestre de 2014, quando comparado ao mesmo período do ano passado.

Com o acesso facilitado aos smartphones, o aparelho está nas mãos de grande parte da população. O problema que enfrenta a professora com a ‘falação’ alta da vizinha é evitado nos ônibus de Araraquara por lei municipal. 

Segundo a professora que fez o BO, o desentendimento ocorre há pelo menos cinco meses e, apesar das tentativas de diálogo, “parece estar longe de terminar”. 

“Além do barulho, a jovem desrespeita regras do condomínio onde moramos. Deixa o cachorro solto e estaciona em locais indevidos. Já tentei conversar, pedir para fazer menos ruído, mas ela nega que faz barulho e diz que eu não tenho provas contra ela”, complementa.

Conciliação

Na tentativa de ‘desafogar’ e resolver esse tipo de conflito, o Necrim (Núcleo Especial Criminal) de Araraquara realiza um trabalho de conciliação entre as partes. O delegado Edvaldo Ravena Picazzo, responsável pelo órgão, explica que pelo menos 15% dos acordos firmados são por problemas entre vizinhos.

“Chamamos os envolvidos, cada um expõe seu lado da história e, a partir disso, organizamos algumas normas de convivência que devem ser seguidas pelas partes após a assinatura de um termo de compromisso para sanar o problema”, explica.

Lei municipal 

Há três anos, uma lei municipal proíbe os usuários de transporte coletivo do município de ouvirem música e barulhos estridentes em aparelhos celulares. Cidades como Marília e Campinas também aderiram e quem não respeitar pode ser obrigado a descer do veículo.

Para tentar aliviar os ouvidos dos passageiros, a CTA (Companhia Tróleibus Araraquara) realiza uma campanha permanente de orientação e conscientização. 

Todos os veículos são adesivados com orientação para que os usuários usem fones de ouvido. 

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