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sábado, 13 de dezembro de 2025
Saúde

O perigo da anafilaxia: Entenda a reação alérgica que pode levar a óbito

18 Nov 2025 - 17h00Por Da redação
Alergia cutanea no braco de uma pessoa - Crédito: FreepikAlergia cutanea no braco de uma pessoa - Crédito: Freepik

“A anafilaxia é uma reação alérgica sistêmica que, se não tratada a tempo com adrenalina, pode levar o paciente a óbito. Medicamentos, alimentos, ferroadas de insetos e látex são as principais causas de anafilaxia”, explica a Dra. Marisa Rosimeire Ribeiro, Coordenadora do Departamento Científico de Anafilaxia da Asociação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). 

Essa reação é caracterizada por manifestações clínicas que aparecem de forma rápida e envolvem dois ou mais sistemas ao mesmo tempo. Conheça as manifestações clínicas da anafilaxia:

Na pele e mucosas (80% a 90% dos casos): Coceira, vermelhidão, presença de placas ou manchas e inchaços na face. Geralmente são os sintomas mais frequentes e precoces.
Respiratórias (70% dos episódios): Coceira e congestão nasal, espirros, sensação de sufocação ou aperto na garganta, rouquidão, tosse, chiado no

peito ou falta de ar e parada respiratória.

Gastrointestinais (30% a 40%): Náuseas e vômitos intensos, cólicas e diarreia.

Cardiovasculares (10% a 45%): Queda da pressão arterial, com ou sem desmaio, alteração nos batimentos cardíacos e parada cardíaca.

Neurológicas (10% a 15% dos casos): Tontura, dor de cabeça, crises convulsivas e confusão mental.

Outras manifestações: Sensação de morte iminente, contrações uterinas, incontinência fecal e urinária, visão turva e zumbido.
A anafilaxia ainda é pouco conhecida e, consequentemente, subdiagnosticada no Brasil, o que impacta no mapeamento da reação alérgica considerada a mais grave de todas e que pode levar a óbito. Diante do aumento de casos percebidos por especialistas que tratam as alergias, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) criou o Registro Brasileiro de Anafilaxia (RBA-ASBAI), uma iniciativa pioneira para coletar e analisar dados nacionais sobre essa condição médica. A anafilaxia é uma reação alérgica multissistêmica grave, de início agudo e potencialmente fatal.
De acordo com o último levantamento, os alimentos foram responsáveis por 42,1% das reações, com leite de vaca (12,9%), mariscos (6,9%), ovo (5,6%), trigo (3,1%) e amendoim (3,1%) sendo os mais comuns. 

Já 32,4% dos casos de anafilaxia estavam relacionados a medicamentos, incluindo agentes biológicos (10,4%), anti-inflamatórios (7,2%) e antibióticos (3,8%). Anafilaxia por insetos representou 23,9% das anafilaxias, destacando-se a formiga com 8,4% dos casos. Anafilaxia ao látex foi identificado em 11 casos.

O levantamento apontou que 55,5% das crianças do sexo masculino são maioria dos casos de anafilaxia e em adultos, 59,2% dos casos ocorreram em mulheres. 

O Registro Brasileiro de Anafilaxia conta com 318 pacientes, dos quais 163 são mulheres. A média de idade é de 27 anos, abrangendo faixas etárias de 2 a 81 anos. Pacientes de 20 dos 27 estados brasileiros participam, com maior incidência nas regiões Sul e Sudeste: São Paulo (22%), Minas Gerais (17,6%), Paraná (14,5%) e Rio de Janeiro (13,5%).
“A ASBAI criou o Registro Brasileiro de Anafilaxia com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre o perfil da doença entre os brasileiros para que políticas públicas possam ser implementadas no que diz respeito à prevenção e ao tratamento da anafilaxia, considerada a reação alérgica mais grave e que pode levar à morte”, explica a Dra. Mara Morelo, Diretora de Pesquisa Adjunta e Coordenadora do estudo, ao lado do Prof. Dr. Dirceu Solé, Diretor de Pesquisa da ASBAI.
 

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