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Sediado em São Carlos, instituto investe em avanços na pesquisa básica em escolas de todo o Brasil

20 Set 2017 - 04h33Por Redação
Foto: Arquivo Pessoal - Foto: Arquivo Pessoal -

O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Comportamento, Cognição e Ensino (INCT-ECCE) realizou no início deste mês, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a primeira reunião presencial de seus pesquisadores para planejar os próximos seis anos de trabalho, a partir da aprovação de novo projeto no último edital do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC) para financiamento dos institutos nacionais, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Compõem o ECCE, que tem sede na UFSCar, pesquisadores da própria UFSCar, da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual Paulista (Unesp, campi de Bauru e de Marília), da Universidade de Brasília (UnB), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Federal do Pará (UFPA), da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB, do Mato Grosso do Sul) e do Centro de Estudos e Intervenção para o Desenvolvimento Humano (CEI, de Belo Horizonte), além das universidades estrangeiras de Massachusetts (EUA), do Minho (Portugal), de Córdoba (Argentina) e de Graz (Áustria).

O programa de pesquisas do INCT-ECCE vem evoluindo ao longo de mais de 20 anos de história, dedicados à investigação da aprendizagem de relações - por humanos e não-humanos -, especialmente das relações simbólicas e conceituais, bem como das implicações dessa aprendizagem sobre o comportamento. Assim, as atividades do Instituto vinculam-se a um dos principais desafios científicos atuais: o conhecimento sobre as propriedades e o funcionamento da mente e da consciência. Elas envolvem desde a investigação básica de processos relacionados a comportamentos complexos e à cognição até a aplicação dos conhecimentos obtidos no desenvolvimento de programas de ensino voltados a crianças com dificuldades de aprendizagem, pessoas com deficiência intelectual e adultos não alfabetizados, dentre outros públicos.

Dentre esses programas, a Coordenadora do ECCE, Deisy das Graças de Souza, docente do Departamento de Psicologia (DPsi) da UFSCar, destaca o currículo voltado ao ensino da leitura e da escrita - "Aprendendo a ler e a escrever em pequenos passos" -, cuja expansão para os municípios brasileiros constitui uma das prioridades do Instituto em sua nova etapa. O currículo é constituído por módulos informatizados, que permitem aplicação individualizada por meio de uma plataforma de software (Gerenciador de Ensino Individualizado por Computador (LECH-GEIC). "Esses módulos de ensino vêm sendo desenvolvidos pelo nosso grupo de pesquisa desde o final da década de 1980, são constantemente aprimorados a partir dos estudos realizados, têm se mostrado muito eficientes e sido adaptados a diferentes populações. No processo de avaliação da experiência anterior e planejamento dos próximos anos, uma das metas é expandirmos o alcance desses recursos, por meio de novas parcerias com secretarias de Educação, escolas e outras organizações ou profissionais, como, por exemplo, fonoaudiólogos", conta Souza.

Além desse estabelecimento de novas parcerias, também estão programadas pesquisas voltadas à avaliação das ferramentas pelos próprios "usuários", ou seja, os alunos e os diferentes agentes do sistema educacional, como professores e gestores. A Coordenadora também registra os avanços programados em relação aos equipamentos utilizados na pesquisa básica, de rastreamento do olhar e medidas eletrofisiológicas (eletroencefalograma), que sofisticam a obtenção de dados e, assim, refinam os estudos sobre processos básicos que subsidiam o estabelecimento dos procedimentos de ensino. E, por fim, ao falar da reunião realizada, Deisy de Souza destaca um outro aspecto essencial das atividades desenvolvidas: a formação de pessoas e a consequente expansão da rede de pesquisa. "Quando olhamos a foto do evento, vemos que a maior parte do grupo é formada por pessoas muito jovens, muitas das quais foram nossos alunos em algum momento da formação e, agora, levam o programa de pesquisa para as instituições nas quais estão atuando. Isto, esse crescimento da rede, nos dá a perspectiva de renovação", conclui.

Mais informações sobre o trabalho e principais resultados do INCT-ECCE podem ser obtidas no site do Instituto, em www.inctecce.com.br.

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