A Embrapa Pecuária Sudeste inaugurou sexta-feira, 12, em São Carlos, o Centro de manejo racional de bovinos de corte. A nova infraestrutura, viabilizada em parceria com a iniciativa privada, contribui para o bem-estar dos animais, permitindo desde atividades simples como a vacinação e aplicação de medicamentos, até o embarque de forma racional.
É o primeiro do Brasil com tronco e apartador hidráulico e pioneiro na Embrapa; são cinco saídas para os animais em vez de três, como tradicionalmente ocorre, que permitem manejar até 400 animais de forma simultânea.
"Para nós - da pesquisa - é muito importante porque permite uma flebilidade de manejo interessante, uma separação muito mais precisa dos lotes de animais por peso, categoria ou raça", explica Alexandre Berndt, chefe adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento.
A nova estrutura atende a Diretriz Brasileira para o Cuidado e Utilização de Animais em Atividades de Ensino ou Pesquisa Científica (DBCA), estabelecida pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal - do qual o chefe-geral, Rui Machado, é membro - ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
O novo Centro de manejo é mais eficiente no processo de contenção, permitindo mais conforto e segurança aos empregados e bem-estar ao animal, pois as instalações são arredondadas e circulares, o que reduz o estresse dos bovinos. "O gado não vê o fim do corredor, então ele caminha tranquilamente. Também são inexistentes pontas e arestas, o que evita que o animal sofra lesões", explica Marco Aurélio Bergamaschi, chefe adjunto de Administração.
Estudos têm mostrado que o estresse excessivo nos animais pode acarretar numa baixa produção, afetar seu crescimento, reprodução e aumentar a incidência de doenças e ainda produzir de carne de qualidade inferior. O princípio que orienta o manejo racional de bovinos de corte é o conhecimento e o respeito aos animais para melhoria do seu bem-estar, propiciando também melhores resultados econômicos pelo aumento da eficiência do sistema de criação.
"Vários projetos de pesquisa vão se beneficiar dessa estrutura, todos os projetos de gado Canchim, os projetos do sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e os projetos do confinamento", explica Berndt, enfatizando que o novo complexo é o que há de mais moderno no mercado atualmente em termos de manejo racional em pecuária sustentável.