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Santa Casa realiza a primeira captação de pulmão para doação

Família aceitou que múltiplos órgãos fossem doados, com isso foram retirados o coração, o fígado, os rins e córneas

28 Mar 2017 - 16h03Por Redação
Foto: Divulgação - Foto: Divulgação -

A Santa Casa de São Carlos realizou a captação de múltiplos órgãos de uma paciente de 20 anos que teve morte encefálica atestada na noite de segunda-feira, 27.

Desta vez foram retirados para doação o pulmão, esta primeira vez na Santa Casa de São Carlos, e ainda coração, fígado, pâncreas, rins e córneas.

Com a generosidade da família, que aceitou doação, foi possível realizar a segunda captação de múltiplos órgãos de 2017.

Espera-se que até oito pessoas, que estão na fila de espera, possam ser beneficiadas com a doação.

Equipes de captação do Incor, Sírio libanês (ambas da capital paulista), Unicamp (Campinas) e Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto passaram pelo Centro Cirúrgico da Santa Casa para o procedimento da retirada dos órgãos.

A Administração da Casa solidariza-se com a família, que em um ato nobre realiza um gesto importante que vai possibilitar salvar vidas.

O TRABALHO

A Comissão da Santa Casa já conseguiu realizar desde 2009, quando foi criada, onze captações de múltiplos órgãos; só em 2016 foram realizados quatro procedimentos e duas em 2017, segundo informações do médico e coordenador da Comissão de Captação de Órgãos da Santa Casa de São Carlos, Ivan Carlo de Manzano Linjardi.

Linjardi disse que é importante que a pessoa expresse em vida seu desejo de ser doador de órgãos, para que a família possa juridicamente, efetivar a doação.

O Ministério da Saúde ressalta que hoje, pela legislação brasileira, a retirada de órgãos e tecidos de pessoas com morte encefálica comprovada só pode acontecer após a autorização da família. Por isso, quem tem interesse em doar órgãos deve manter a família avisada, diz o governo.

O passo principal para você se tornar um doador é conversar com a sua família e deixar bem claro o seu desejo. Não é necessário deixar nada por escrito. Porém, os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte.

Linjardi ressaltou que a Santa Casa está preparada tecnicamente para que as equipes de captação façam os procedimentos cirúrgicos. Entretanto, reforçou o médico: o trabalho da Comissão só teve sucesso nas oportunidades de captação de múltiplos órgãos ocorridas desde 2012, porque as famílias estão informadas sobre a importância da solidariedade da doação.

"A conscientização da população sobre a importância desse ato de doação também é muito necessária para alcançar o objetivo de salvar vidas", comentou Linjardi.

Se você tem intenção de ser um doador, fale com a sua família e deixe bem claro este seu desejo. Não é necessário deixar nada escrito.

Após a sua morte, os familiares é que realizam a doação. Na hora certa, eles saberão respeitar o seu desejo.

As enfermeiras Maria Thereza Lazzarini e Cibele Lourdes Rubert fazem parte da Comissão de Captação de Órgãos da Santa Casa de São Carlos.

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