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Apaixonado por veículos

Relíquias de família, são-carlense restaura Fusca 64 e Turuna 125

29 Jan 2020 - 08h09Por Marcos Escrivani
Relíquias de família, são-carlense restaura Fusca 64 e Turuna 125 - Crédito: Marcos Escrivani Crédito: Marcos Escrivani

O que leva uma pessoa a fazer com que veículos se transformem em relíquias da família? “Uma paixão sem fim”, responde prontamente Aurélio Lelo Freitas Boro, 30 anos, Analista de Tecnologia da Informação no Poupatempo, em São Carlos.

Ele reside com a família na rua Alberto Lourenço Rodrigues, no Jardim Tangará e é o proprietário de uma Calibra, um esportivo da Opel alemã (marca de luxo da Chevrolet). Possui 18 anos e Lelo tem o desejo de transformá-lo em carro de arrancada). Possui ainda uma Turuna Super Sport 125 cilindradas de 1979. Mas a menina dos olhos é um Fusca 1200 azul, tudo original.

Lelo trata os veículos com carinho e muita paixão, a ponto de investir aproximadamente R$ 15,5 mil para buscar peças originais e deixar o valente carro da década de 1960 em estado de zero quilômetro.

O São Carlos Agora ao tomar conhecimento da história de amor incondicional, foi até Lelo para que contasse como tudo começou e o que motivou a restaurar o Fusca e a Turuna.

FUSQUETINHA

Antes de sofrer um acidente de trânsito, que resultou sete parafusos em seu pé direito, Lelo andava de moto. A partir daí, com movimentos comprometidos, foi obrigado a ir para o trabalho de carro. “Fiquei com trauma e paguei pelos erros dos outros. Naquela época, meu vizinho tinha o Fusquinha 1200 64 azul e comprei por R$ 2 mil e passei a ir para o trabalho com ele. Confesso que estava bem judiado e fui o segundo dono”, comentou. “Foi meu primeiro carro. Eu era apaixonado por Opalas, pois gosto de clássicos. Mas com o falecimento do meu vizinho há quatro anos e ao ver que o Fusca tinha tudo original, resolvi restaurá-lo”, disse. “Minha intenção agora é colocar uma placa preta nele. De colecionador”, disse, salientando que investiu R$ 15,5 mil e até sua completa restauração devem ser investidos mais R$ 9 mil.

PRIMEIRO PASSO

Lelo salientou que faz a restauração por hobby. “Sou apaixonado. Faço por gosto. Dinheiro eu não tenho, pois colecionar carros exige dinheiro. Então a gente vai batalhando. É uma vontade”, explicou, salientando que levou o Fusca a um funileiro e foi feito um jateamento no veículo para apurar o estado. “O motor e lataria era tudo original. Até a cor azul atlântico. A partir daí começou a luta para buscar peças. A maioria fora de São Carlos. Consegui muitas delas em Araraquara e Ribeirão Preto”, comentou.

Já o carburador e bomba de combustível original do 1200 foi presente de um parente. “Meu tio morava com minha avó e quando criança visitava muito ele. Há anos fiz um trabalho para ele e como presente me deu essas peças. Ele também gostava de carros e guardava peças. Essas duas estavam com ele há mais de 40 anos”, disse. “Havia somente um pouco de oxidação. Mas fácil de resolver”.

SEGUNDO PASSO

56 anos de história em um único carro. O Fusquinha ganhou forma e a previsão é de que nos próximos 60 dias vai estar rodando pelas ruas de São Carlos. “Acredito que a parte mais difícil já foi que era buscar as peças”.

Lelo diz que o próximo passo é a parte elétrica. Tudo será original com fiação cardaçada. “Ele foi montado desta forma e quero manter assim”, disse, exigente. “Tudo original”.

TERCEIRA PARTE

Como relíquia da família, Lelo diz que não pretende vender. “Três pessoas se interessaram em comprar o Fusquinha. Mas já cortei o barato. Ele não tem preço, apesar de ser avaliado em R$ 40 mil depois de pronto. Não quero vender. É um xodó. No começo acredito que irei usa-lo para ir ao trabalho. Mas a tendência é que eu compre um outro carro”, analisou. “Como será um carro de coleção, devo coloca-lo no seguro por garantia”, adiantou.

TURUNINHA

A Turuna, moto fabricada pela Honda tem até as placas originais (duas letras e três números). Foi uma aquisição do seu pai em 1979. Ela está restaurada e foram gastos R$ 6 mil.

Lelo conta que a moto estava em uma sala, encostada há 17 anos em uma chácara da família no Lagoa Dourada (próximo à represa do Broa).

“Mas como começou a ter uma onda de furtos e fiquei com receio de perder a Turuna, trouxe ela para São Carlos e ficou em casa. Aí veio o desejo de restaura-la também somente com peças originais. Deu certo e ela está novinha em folha”, finalizou.

ALEMÃ NERVOSA

O analista de tecnologia conta que é uma pessoa que zela por tudo que possui. Nesta relação está o Calibra, um esportivo nervoso da Opel alemã, marca de luxo da Chevrolet.

O carro tem 18 anos, é branco, com um motor potente. “Também está conservadíssimo. O meninão tem muita potência e procuro deixa-lo em estado de novo”, comentou.

Lelo é um apaixonado por veículos de arrancada e ele estuda a possibilidade de transformar o Calibra, deixando-o ainda mais nervoso. “Mas estou avaliando as possibilidades. É tudo uma questão de estudo e tempo. Além de investimento”, finalizou.

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