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Provedor da Santa Casa analisa dívida e projeta reestruturação

10 Mar 2017 - 17h53Por Redação
Foto: Divulgação - Foto: Divulgação -

Na perspectiva de esclarecer a denúncia sobre o atraso no pagamento dos médicos plantonistas das Unidades de Terapia Intensiva (UTI), Coronariana, Adulto, Infantil e Neonatal da Santa Casa de São Carlos, o provedor, Antônio Valério Morillas Júnior e o médico e diretor Superintendente, Daniel Bonini informaram que a Instituição acumula valores a receber de R$ 12 milhões com o poder público municipal.

Esse montante é uma somatória de falta de pagamento de procedimentos médicos realizados pela Santa Casa entre 2012 e 2016. Com o déficit no orçamento, a Administração do hospital ficou impossibilitada de pagar os plantões médicos de 20 profissionais relativos a dezembro de 2016 e janeiro de 2017, valor estimado em R$ 1,6 milhão. "A projeção é que a Santa Casa regularize o pagamento desses dois meses em atraso, em até 60 dias", frisou Morillas.

O provedor ressaltou ainda que a atual administração da Prefeitura tem paga todos os procedimentos corretamente. Essa dívida acumulada foi gerada por governos municipais anteriores, que reconheceram o atendimento e o procedimento médico acima do que foi contratado, mas não pagaram pelo volume que excedeu ao limite estabelecido

O extrateto, termo utilizado para classificar procedimentos feitos acima do limite estabelecido, de 2016 ficou em R$ 5,2 milhões. Esse montante está embutido no valor total de R$ 12 milhões. "Esse não é um problema do Prefeito Airton Garcia, mas que caiu no colo dele quando assumiu a administração da cidade", reforçou o provedor.

De acordo com Bonini, a Santa Casa tem feito seu dever de casa adequando o quadro de funcionários, revendo números de médicos plantonistas, com também reformulando a compra de insumos hospitalares para equacionar as contas e projetar o fechamento do mês no saldo positivo.

"A vocação da Santa Casa é atender e acolher o paciente, sempre foi assim nesses 125 anos da Instituição. Não deixamos de atender quem nos procura. Essa situação leva a ter um volume significativo de extrateto o que gera uma despesa maior que o que está no contato", explicou Bonini ao ressaltar que a dívida entre Santa Casa e Município cresce todo dia, com o atendimento à população.

O superintendente afirmou que o hospital está se reestruturando para ter novas fontes de renda. "Uma forma que encontramos para gerar mais receita é abrir para consultas e procedimentos de novos planos de saúde, instalamos a Santa Casa Clínicas, um ambulatório com mais de 30 especialidades voltado a consultas e procedimentos médicos particulares e buscar junto ao governo federal uma melhor remuneração dos procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS)".

"Apesar de todas as dificuldades e contratempos a população continua contando com os atendimentos da Santa Casa que cumpre sua missão em oferecer um atendimento humanizado e igualitário à população em geral, mantendo seu princípio filantrópico", afirmou Morillas.

RECURSOS PÚBLICOS

A pedido da Mesa Administrativa, Morillas promoveu em Brasília (DF) junto ao ministro da Saúde Ricardo Barros o início da discussão para mostrar a necessidade de se elevar o limite financeiro dos recursos públicos enviados para a pasta de Saúde da Prefeitura da cidade.

Na reunião ocorreu no Ministério da Saúde, em fevereiro, o provedor mostrou que há uma defasagem: há mais atendimentos a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) que o recurso destinado ao Município para esses procedimentos médicos.

A solicitação da Mesa Administrativa da Santa Casa vai ao encontro da necessidade de ampliar as verbas destinadas ao tratamento e atendimento aos pacientes do SUS. A Instituição decidiu tomar esse primeiro passo para corrigir as distorções entre a verba repassada ao Município e o volume de atendimento prestado pelos órgãos de Saúde Pública s e prestadores de serviço, como é a Santa Casa.

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