sábado, 27 de julho de 2024
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Prima de mulher que perdeu bebê invade coletiva na Santa Casa e diz que ocorreu erro médico na Maternidade

07 Jun 2017 - 11h41
Foto: Marcos Escrivani - Foto: Marcos Escrivani -

Durante a coletiva de imprensa no auditório da Santa Casa, na manhã desta quarta-feira, 7, quando uma comissão relatava os caminhos que seriam dados sobre a sindicância que apura a morte de quatro gestantes, Andreia Inácio da Silva, prima de Talita Roberta da Silva, que perdeu aquele que seria o seu primeiro filho (um menino), durante uma consulta realizada na terça-feira, 6, na Maternidade Francisca Cintra Silva, quando foi constatado a morte do feto de 40 semanas, entrou no local da entrevista e afirmou que o ocorrido foi devido a um erro médico e que iria formular queixa no 3º e 5º DPs e formular a abertura de um boletim de ocorrência.

Revoltada e nervosa, Andreia chamou a atenção dos jornalistas presentes e acusou o médico que teria atendido sua prima de ter sido o responsável.

"Ontem (terça) minha prima chegou para a consulta e disse que não estaria sentindo o bebê. Mas o médico garantiu que o coraçãozinho estaria batendo. Ela (Talita) está desde às 13h de ontem (terça) internada, sendo induzida a um parto normal. Está aflita, nervosa e sentindo dores na barriga. Ela está com muitas dores", disse Andreia ao São Carlos Agora.

Segundo ela, sua prima teve um pré-natal tranquilo, acompanhada com regularidade por médicos. "Ela tinha uma saúde perfeita e aconteceu isso. Estamos inconformadas e impotentes. Me sinto um lixo. Irei fazer um BO, pois isso foi um erro médico", garantiu Andreia.

Abalada e repetindo com frequência uma possível falha no atendimento a sua prima, Andreia afirmou que o coordenador da Maternidade, Humberto Hirakawa, deu toda a assistência, mas salientou que fatos tristes como estes tem que ter um fim. "Estou há cinco meses em São Carlos. Residia em São Paulo e juro que nunca vi isso acontecer na minha vida. Minha prima paga convênio, médico particular, mas foi atendida pelo SUS. Que adianta gastar R$ 300 por mês? Nem em uma sala particular ela foi internada", disse Andreia.

NOVA SINDICÂNCIA

Hirakawa foi ouvido pelo SCA sobre a nova denúncia. Salientou que a Santa Casa abriu nova sindicância e caso seja constatada irregularidade, o médico responsável deverá ser afastado, salientando que falhas aconteceram e que há necessidade que os procedimentos sejam aprimorados.

"Inicialmente quero dizer que concordo com as palavras dela (Andreia) e é um absurdo que isso aconteça. Não é normal, é uma calamidade", assegurou o coordenador.

Segundo ele, quando Talita chegou a Maternidade foi diagnosticado óbito fetal, mas que ela teria passado por várias consultas com o feto em vida.

"Já abrimos uma sindicância para apurar se as medidas adotadas foram as corretas. Sou médico responsável e estou dando a assistência a Talita. Vamos apurar se os protocolos foram os previstos, pois a gestante era saudável. Vamos prestar toda assistência possível e estaremos à disposição da família para todos os esclarecimentos.

AFASTAMENTO

Hirakawa informou que assumiu a Maternidade no dia 1º de abril e desde então trabalha no sentido de fazer com que as gestantes que necessitam do atendimento médico/hospitalar se sintam seguras e confiantes na hora do parto.

E, com a abertura da sindicância, caso seja constatado erro, o médico responsável poderá ser penalizado e até afastadode suas funções.

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