sexta, 19 de abril de 2024
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Levantamento irá identificar pacientes que possam ter a internação reduzida e a continuidade do tratamento no domicílio

02 Jun 2015 - 08h47
Grupo multiprofissional da Santa Casa recebe Isis Massaro (segunda da  esquerda) para reunião na qual foi apresentado o projeto Cuidados Continuados Integrados - Grupo multiprofissional da Santa Casa recebe Isis Massaro (segunda da esquerda) para reunião na qual foi apresentado o projeto Cuidados Continuados Integrados -

Na perspectiva de compor o perfil dos pacientes usuários dos hospitais filantrópicos através do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado de São Paulo, a Santa Casa de São Carlos irá contribuir ao colher 80 entrevistas com pessoas internadas na instituição, para identificar qual é o tipo de Cuidados Continuados Integrados (CCI) que precisa ser implantado para atender a demanda dos pacientes.

A pesquisa do CCI visa identificar e mapear os usuários de leitos e propor alternativas de cuidados, como por exemplo, o serviço de atendimento domiciliar, que mantém a atenção à saúde com o paciente assistido na própria casa. A Santa Casa de São Carlos já possui esse serviço há um ano, intitulado DAD (Departamento de Atendimento Domiciliar). Contudo, a pesquisa irá alavancar a inclusão de mais pacientes no serviço, o que abre vaga para internação de casos de média e alta complexidade.

O levantamento está sendo feito pela Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com instituições filantrópicas do interior do estado e o Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão (Cealag), com sede na capital paulista.

Na manhã desta segunda-feira, 1º, a médica e consultora em saúde do Cealag, Isis Massaro realizou reunião para equipe médica e de enfermagem da Santa Casa para apresentar as diretrizes da pesquisa e definir o grupo local que ficará responsável pela coleta de dados. Ela também visitou as instalações do hospital para conhecer a infraestrutura oferecida ao SUS.

A médica sustentou, em sua apresentação, que é mito a suposta falta leito nos hospitais beneficentes. O que falta é qualificação dessas vagas para que elas possam ser melhor utilizadas. Esse projeto busca qualificar os profissionais para que essa gestão seja eficaz. “A ideia é identificar paciente que tenha possibilidade de continuar o tratamento, com segurança, em casa ou em outras estruturas de menor complexidade, próximo às suas residências. Assim liberar-se leito para aqueles pacientes que precisão de atenção em alta complexidade”, relatou Isis.

O modelo em implantação é espelhado em atividade já em andamento há três décadas no Canadá, Portugal e Espanha. O projeto busca oferecer assistência fora do hospital para aquele paciente classificado com dependência funcional transitória, decorrente de processo de convalescença. Entram nessa lista idosos com fragilidade cognitivas e de locomoção, pessoas com doenças crônicas evolutivas e dependência funcional grave por doença física ou psíquica, progressiva ou permanente. Doença severa ou crônica em fase avançada ou terminal, por exemplo.

O projeto CCI reúne conjunto de intervenções de profissionais de saúde, psicologia e serviço social na dimensão de promover a autonomia, melhorando a funcionalidade da pessoa em situação de dependência, através da sua reabilitação, readaptação e reinserção familiar e social.

O objetivo da pesquisa é estimar quantas unidades de longa permanência; convalescência e média permanência e cuidado paliativo precisam ser criadas no Estado. O levantamento terá como ferramenta de dimensionamento, metodologia de caráter transversal sobre pacientes internados nos 18 hospitais filantrópicos dos quais a Santa Casa de São Carlos já faz parte.

Para o gerente hospitalar da Santa Casa Eduardo Pramparo, o resultado do estudo irá beneficiar a gestão do hospital e fazer com que pacientes de menor gravidade sejam encaminhados aos serviços médicos adequados na cidade e região. “Esse balizador orientará o atendimento da Santa Casa ao focar na assistência à saúde de alta complexidade”, relatou.

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