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Família de preás está correndo perigo em terreno onde está sendo construído condomínio em São Carlos

21 Nov 2017 - 10h54Por Redação
Foto: Divulgação - Foto: Divulgação -

Uma família de preás (roedor de cerca de 25 centímetros) está correndo perigo em um terreno onde está sendo construído o condomínio Village Damha 4. A denúncia foi feita pela bióloga Luciana Bueno dos Reis Fernandes, técnica administrativa na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Em sua postagem no Facebook, a bióloga diz que chegou a procurar a construtora responsável, bem como a Polícia Ambiental e que desde setembro tem alertado sobre o confinamento e morte dos animais, devido ao grande fluxo de veículos, já que a área em questão, fica às margens da rodovia Engenheiro Thales de Lorena Peixoto Júnior (SP-318).

O POST

Abaixo, a íntegra da denúncia da bióloga e o desabafo preocupado sobre a morte dos animais:

"Prezados, bom dia.

"Gostaria de informar sobre o descaso e a negligência de uma construtora sobre um grupo de preás (Mammalia, Rodentia: Cavia aperea) que está sendo dizimado no terreno que está sendo urbanizado para a construção do Village Damha 4, em São Carlos, SP.

Logo que a referida construtora iniciou o trabalho de movimentação de terra para instalação da rede pluvial e de esgoto, um grupo de 20 ou mais indivíduos de preás foi desalojado e ficou confinado a uma estreita faixa de mato baixo, à beira da estrada vicinal paralela à Rodovia Eng. Thales de Lorena Peixoto Junior. Não há nenhuma área próxima para que eles se desloquem e passem a habitar com segurança.

Devido ao grande fluxo de veículos em alta velocidade neste trecho, fui alertar a construtora Five presencialmente em seu escritório instalado no Damha Mall. Isso aconteceu em meados de setembro passado. Expliquei ao funcionário sobre a situação e apontei no mapa deles o local da ocorrência. Pedi para entrar em contato e/ou avisar os responsáveis pelo empreendimento e pela fauna para que, com urgência, fosse realizada a captura e resgate destes indivíduos por pessoa habilitada, por estarem correndo risco de atropelamento. Ele me explicou que o escritório central fica em São Paulo e que poderia demorar "uns dois dias" para que algo fosse feito.

Não obtendo nenhum retorno após uma semana, voltei ao mesmo escritório e liguei várias vezes para cobrar um posicionamento ou ação. Fui sempre informada que eles "já haviam enviado e-mail para o escritório de São Paulo para informar sobre a situação, mas que nada havia sido feito pois não houve retorno".

No dia 18 de outubro, liguei na Polícia Ambiental de São Carlos, relatei a situação e o atendente me disse que provavelmente em dois dias iriam averiguar. Aparentemente nada foi feito.

Como passo várias vezes ao dia pelo local onde os preás estão "confinados", já presenciei dois indivíduos atropelados e com frequência os vejo atravessando a pista para conseguir alimento do outro lado da rua. O número de indivíduos já diminuiu drasticamente. Observei pelo menos 8 indivíduos ainda vivos em 18 de novembro, incluindo fêmeas acompanhadas de filhotes.

Que a empresa em questão contrate urgente uma pessoa ou empresa qualificada para realizar a correta captura e resgate dos indivíduos que restaram, para soltura em local seguro e adequado, assim como providencie sinalização para a redução de velocidade para os carros enquanto todos os indivíduos não forem removidos do local.

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