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Em vídeo emocionante, médico canta e toca música para animar menininha são-carlense com doença rara

28 Mar 2017 - 09h38
Pediatra do HC de Ribeirão, Paulo Martins, responsável por fazer a alegria da pequena Sophia. - Pediatra do HC de Ribeirão, Paulo Martins, responsável por fazer a alegria da pequena Sophia. -

Um vídeo foi postado com a legenda "não há o que descrever, apenas sentir", gravado no dia 14 de março e colocado nas redes sociais, viralizou. Já são quase 9 milhões de visualizações e 180 mil compartilhamentos.

Internautas ávidos para ver a dança da pequena Sophia Romão Bueno, de apenas 1 ano e 4 meses. Filha de Mayara Cristiane Romão Bueno e Juliano Bueno, residentes no bairro São Carlos VIII, ela é portadora de uma grave doença e rara, a Histiocitose de células de Langerhans.

O pediatra Paulo Martins, paraibano de nascimento e formado pela Universidade Federal de Campina Grande, fez residência no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e participa do projeto Turma Sangue Bom que conta com médicos do hospital e voluntários. Em datas comemorativas realizam atividades na instituição.

Justamente numa dessas datas, conheceu a pequena Sophia, de um ano e quatro meses. Ele cantava algumas músicas pelo corredor do hospital quando a pequena se aproximou e chamou sua atenção.

"Noite que havia uma pequenina me acompanhando quando entrava nos quartos", postou o médico em sua conta no Facebook. "Quando sai do último quarto, não teve jeito, Ela estava na porta me esperando, curiosa".

O DRAMA DE SOPHIA

Segundo Mayara, em maio de 2016, sua filha Sophia foi diagnosticada com a doença que é rara e os médicos de São Carlos indicaram o tratamento nos Hospital das Clínicas, em Ribeirão Preto.

Desde então iníciou o tratamento na cidade ribeirão-pretana e na segunda-feira, 13, o bebê necessitou ir até o HC, pois foi diagnosticada com anemia e precisava passar por uma sessão de quimioterapia. Consequentemente necessitou ficar internada até o dia seguinte, terça-feira, 14.Sophia e a mamãe Mayara. (Foto Reprodução Facebook)

Justamente neste dia foi quanto Sophia teve contato com o pediatra Paulo Martins, que tocava ukelele e cantava músicas para adolescentes. "No final da tarde de terça-feira, antes de retornar para São Carlos, a Sophia, que adora bagunça e dançar, escutou o médico que integra a ala médica do Hospital da Clínicas de Ribeirão Preto, cantando e foi ao seu encontro. Neste momento o pediatra olhou para Sophia e passou a cantar a música EU SEI DE COR, da cantora Marília Mendonça.  Neste instante a Sophia, esqueceu a doença e mesmo com um cateter ligado ao braço passou a dançar. Todos que estavam próximos se emocionaram", disse Mayara com exclusividade ao São Carlos Agora.

DEPOIMENTO

Em sua conta no Facebook, o pediatra Paulo Martins postou um depoimento que viralizou. Na íntegra as palavras do médico:

"Para fazer um tour musical pela enfermaria da oncologia. Quando peguei o ukelele, parece que foi mágico: nas duas horas subsequentes não houve nenhuma intercorrência. Juntos as minhas parceiras inestimáveis, Laila Rigolin Fortunato e Juliana Souza, começamos a tocar de quarto em quarto as músicas que cada paciente pedia. Sertanejo, rock, gospel. Sob a supervisão da nossa enfermagem, íamos tocando duas, três músicas em cada quarto. Cada paciente cantou a plenos pulmões, se emocionou, pediu mais. Notei que enquanto eu entrava nos quartos e tocava as músicas, havia uma pequenina que me acompanhava dançando do lado de fora. Quando sai no último quarto, não teve jeito, ela estava na porta me esperando, me olhando curiosa. Pediram, "toca uma música para ela Paulão!". Inicialmente fiquei envergonhado, pois não sabia nenhuma música infantil. Mas o pai me acalmou: "ela gosta de Marília Mendonça". Não teve jeito. Comecei a tocar, baixinho, e na medida que os acordes e a letra iam fluindo, seus passos magicais foram me acompanhando. Dançou a música inteira. Terminei e me pediram outra. Medo, Bobo. Toquei e ela dançou divinamente bem. Ao término, só alegria. Todo mundo feliz, leve. Aquilo se chamava Paz. Hoje, dias após, vejo que essa tarde, aparentemente tão simples, ganhou uma repercussão que eu jamais imaginaria. Mensagens, ligações, apoio. Me lembrei de todas as vezes em que meu jeito foi criticado, desde a graduação, até mesmo na residência. Mas não há dúvidas: quando a gente faz o que gosta, do jeito que gosta, dá certo. Nesta tarde, todos ganhamos. Na saudade intensa de casa e da minha família, nos braços dos pacientes e dos seus familiares, recebo todo afeto do mundo. Agradeço imensamente a toda a equipe multidisciplinar que trabalha na enfermaria do HC, pessoas fantásticas, aos meus preceptores exemplares, aos meus amigos da residência e, em especial, ao me sexteto que está diariamente junto comigo nessa batalha. Amar e se dedicar ao próximo jamais deve ser um fato único que chame a atenção, tem de ser algo constante e rotineiro. As crianças precisam disso! Nós que temos de levar alegria e boa energia nos lugares onde vamos, e jamais devemos nos abater com o mau humor, indiferença e tristeza que algumas vezes tentam nos contaminar. Ó impossível é só questão de opinião. Avante!

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