sábado, 27 de julho de 2024
“Sem plano de contingência”

Comerciantes cobrarão do Poder Público ações contra enchentes; prejuízos chegam a R$ 5 milhões

30 Jan 2020 - 10h55Por Marcos Escrivani
Comerciantes cobrarão do Poder Público ações contra enchentes; prejuízos chegam a R$ 5 milhões - Crédito: Marcos Escrivani Crédito: Marcos Escrivani

As enchentes ocorridas em janeiro (dias 4 e 12, sendo esta última a pior da história de São Carlos – precipitação de 167 mm de água), causaram um prejuízo aproximado de R$ 5 milhões a 123 estabelecimentos comerciais. Destas, seis ainda permanecem fechadas e várias estão em reformas. A rua Episcopal (da rua Geminiano Costa até a rua Bento Carlos) permanece interditada com funcionários municipais realizando obras no piso asfáltico.

Na manhã desta quinta-feira, 30, o São Carlos Agora buscou informações junto ao presidente da Associação Comercial e Industrial de São Carlos (Acisc), José Fernando Domingues, quanto as ações que estão sendo tomadas para minimizar os problemas dos comerciantes e quais as próximas atitudes que serão tomadas no sentido de fazer com que o coração de São Carlos volte à normalidade.

“Nesta segunda-feira, 3, estaremos chamando todos os comerciantes para uma reunião no auditório da Acisc. Vários secretários municipais e vereadores serão convidados e vamos cobrar com veemência, quais as atitudes que estão sendo tomadas, o que está planejado e quando começam, de fato, as obras”, disse Domingues.

Segundo ele, os comerciantes não têm acesso às informações do que está sendo feito. “Este encontro é justamente para isso. Para ouvir e cobrar o Poder Público. Até agora foram muitas conversas. Mas queremos saber de prático o que será feito”, ponderou.

NORMALIDADE

Indagado quando o centro velho de São Carlos iria voltar às atividades normais, Domingues evitou dizer uma data. “É difícil, pois percebo que hoje, o Poder Público deixa a desejar. Não se mostra muito ativo nas decisões e não possui um plano de contingência para combater as enchentes”, pontuou.

O presidente da Acisc disse, por sua vez, que a associação, no mesmo dia que aconteceu a trágica enchente que trouxe prejuízos a 123 comerciantes, liberou uma linha de crédito às vítimas com taxa de 1,23% ao mês, com até 36 meses para pagar. “Ao mesmo tempo passamos a cobrar o Poder Público com ações para minimizar o problema”, explicou.

CENTRO LIMPO

Durante a entrevista, Domingues salientou ainda que uma campanha será feita para criar uma nova cultura aos comerciantes e pessoas que transitam no coração de São Carlos.

“Entramos em contato com a Secretaria de Habitação e solicitamos a instalação de coletores de lixo suspensos em toda a região da baixada. Temos que ensinar as pessoas a colocar o lixo no lixo. Bem como os materiais recicláveis. Ao final do expediente, muitos comerciantes colocam caixas e plásticos na calçada. Se acontece uma enchente, a água leva tudo. Então, lixos suspensos ajudam para que se polua menos o centro”, disse.

Outras iniciativas ditas por Domingues é alargar, aprofundar e limpar o leito do Córrego Gregório. Bem como limpar galerias e bocas de lobo. “Isso melhora o fluxo da água. Mas a gente não vê esse tipo de manutenção”, comentou.

SEM REVITALIZAÇÃO

Antes da enchente a Acisc e a Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito trabalhavam para a revitalização do centro no sentido de atrair o consumidor. “Mas não podemos pensar nisso agora. Fica para depois. Nossa preocupação e meta é amenizar e minimizar os problemas dos comerciantes e focar a atenção para o subsolo. Ali é onde está o problema.

INFELIZ E INOPORTUNO

Sobre a declaração dada pelo prefeito Airton Garcia (PSB) a uma emissora de rádio local onde orientava os comerciantes que quisessem abrir lojas, a evitar a baixada e ir para a rua 15 de Novembro, Domingues apenas lamentou.

“Foi uma colocação infeliz e em um momento inoportuno. O prefeito não se expressou corretamente”, lamentou. “Pegou muito mal a forma como se dirigiu ao público. Foi direto e não teve nenhuma empatia quando falou. Não sentiu na pele o sofrimento dos atingidos e não se colocou no lugar dos comerciantes”, finalizou.

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