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Cidade

"Bixos" invadem as ruas de São Carlos

27 Fev 2012 - 17h33Por Tiago da Mata
"Bixete" arrecada dinheiro em um dos semáforos da cidade. (foto: Tiago da Mata) - "Bixete" arrecada dinheiro em um dos semáforos da cidade. (foto: Tiago da Mata) -

Nesta segunda-feira, 27, começou a semana do trote dos recém chegados a Universidade. Os bixos, como são chamados os calouros, invadiram a cidade, todos pintados, fazendo brincadeiras, “pedágios” e arrecadando moedinhas.

A semana começou agitada em São Carlos, os alunos que se matricularam nas Universidades chegaram e foram recebidos pelos alunos mais antigos, os veteranos. Nesse encontro acontece o “trote”, atividade vista por muitos como algo violento e desagradável. Mas não é o que ocorre nas Universidades em São Carlos.

O trote praticado pelos alunos da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) caminha atualmente para atividades de interação entre calouros e veteranos, atividades culturais, e até mesmo sociais, como campanhas para doação de sangue e arrecadação de alimentos para instituições carentes.

Segundo o estudante veterano de Física da USP, Raphael (Bahia), de 21 anos, o trote “não pode ser visto como algo violento, como também não pode ser, pois é uma atividade que nos aproxima dos bixos”. Ainda segundo ele, as brincadeiras que fazem, pintando a cara e as roupas dos bixos, cortando o cabelo, entre outras, não são obrigadas, “participa quem quer, quem tem o interesse de fazer amizades e de se divertir”. Para o estudante o trote parte também para o lado social.

“Temos durante toda a semana atividades sociais na Universidade, como arrecadação de alimento, temos também um ciclo de palestra sobre reciclagem e cuidados com o meio ambiente, onde os bixos recebem uma caneca que deverá ser usado no lugar de copos descartáveis, entre outras atividades” Comentou Raphael.

Em 2011, o IFSC (Istituto de Física de São Carlos) da USP, deu um bom exemplo no trote e recebeu o prêmio de “Melhor Seman de Recepção 2011”, fato esse que os alunos querem repetir neste ano.

Mas o que também não falta são as caras pintadas, cabelos cortados e “pedágio” nos semáforos.

Para o estudante da UFSCar, J.L. (Vareta) de 23 anos, a idéia principal do trote é a integração dos veteranos com os calouros.

“A integração é o que mais vale. Os bixos chegam sem conhecer ninguém e no trote acabam fazendo amizade uns com os outros e com os veteranos também”. Relata ele.

Para o estudante Guilherme, 20 anos, da UFSCar, o “trabalho” dos veteranos no trote é de acolher os recém chegados.

“Eles chegam sem conhecer nada na cidade, às vezes sozinhos e a gente tá aí pra ajudar, para acolher. Muitas vezes ajudamos os bixos a arrumar casa, repúblicas, auxiliamos na Universidade, mostramos a eles o campus, e é no trote que a gente tem esse primeiro contato com eles, é onde através de brincadeiras que a gente acaba criando um amizade.” Comentou Guilherme.

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