quarta, 24 de abril de 2024
Desvio de dinheiro

Após suposto ‘sumiço’ de R$ 175 mil, Justiça destitui diretores da cooperativa de ex-trabalhadores da CBT

03 Fev 2020 - 10h00Por Marcos Escrivani
Após suposto ‘sumiço’ de R$ 175 mil, Justiça destitui diretores da cooperativa de ex-trabalhadores da CBT - Crédito: Marcos EscrivaniApós suposto ‘sumiço’ de R$ 175 mil, Justiça destitui diretores da cooperativa de ex-trabalhadores da CBT - Crédito: Marcos Escrivani

Em decisão judicial proferida terça-feira, 28 de janeiro, o juiz de Direito da 1ª Vara Cível de São Carlos, Milton Coutinho Gordo destituiu a atual direção da Cooperativa dos Ex-trabalhadores da CBT, liderada por Antonio Roberto de Assis. A acusação é que houve desvio de R$ 175 mil. Cabe recurso ao processo e foi nomeado Orestes Nestgor de Souza Laspro para assumir a presidência.

ex-presidente da Cooperativa, o advogado Jesus Martins

Na manhã desta segunda-feira, 3, o ex-presidente da Cooperativa, o advogado Jesus Martins falou com exclusividade ao São Carlos Agora sobre o processo em seu escritório localizado na rua Conde do Pinhal, no centro de São Carlos. Desde o início até a conclusão da denúncia feita por ele.

Martins disse que a Companhia Brasileira de Tratores (CBT) faliu em maio de 1994 e em 10 de fevereiro de 1996 foi criada a cooperativa dos ex-trabalhadores e ficou como presidente por oito anos (saiu em 2005), quando assumiu outra direção (formada por três advogados e três ex-funcionários da empresa), agora afastada pela Justiça.

“Entre ex-trabalhadores e sucessores a cooperativa atende hoje aproximadamente 1,9 mil pessoas”, disse Jesus. “No período em que fui presidente foram distribuídos cerca de R$ 37 milhões arrecadados através de leilões da massa falida”, comentou.

PROCESSO NA JUSTIÇA

Martins disse ao SCA que foi expulso da cooperativa ao constatar indícios de desvio de recursos destinados aos ex-trabalhadores. “Entrei com processo na Justiça. Hoje são mais de três mil páginas onde estão as provas dos desvios”, disse. “São dois cheques (um deles no valor de R$ 37,281 mil que está na conta pessoal de um dos acusados) além de guias de levantamento que deveriam ser destinados para a cooperativa, mas eram sacados na boca do caixa”, afirmou Jesus. “Tenho toda documentação e o processo é público”, emendou.

DESPACHO

Em seu despacho, Milton Gordo disse que houve “falha/omissão da administradora na distribuição de montantes a credores/cooperados e o “sumiço” de R$ 175 mil se reveste de gravidade e que merece uma pronta resposta do Juízo”.

Martins salientou que, caso os ex-trabalhadores e sucessores quiserem, poderão entrar na Justiça para que os acusados devolvam tal quantia.

BURACO MAIOR

A Justiça definiu um desvio de R$ 175 mil. Entretanto, Martins afirmou ao SCA que o rombo é maior, sugerindo que o desvio possa alcançar R$ 3,2 milhões.

“Tenho documentos que comprovam esta denúncia”, disse. “E tudo para uso pessoal da direção há pouco destituída”, ponderou, salientando que estuda um novo processo.

MAIS R$ 10 MILHÕES

Sobre o restante a ser devolvido para os ex-trabalhadores, o advogado considera que 80% do valor total conseguirá ser resgatado com os leilões que restam fazer da massa falida da CBT, algo em torno de R$ 10 milhões.

“Há ainda um apartamento em São Paulo, terrenos em Itajaí/SC e chácaras em Cuiabá/MT. Há ainda outras propriedades”, finalizou.

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