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60% dos lojistas do Calçadão são contra a abertura para trânsito de veículos

24 Mai 2017 - 10h15Por Abner Amiel/Folha São Carlos e Região
Foto: Abner Amiel/Folha São Carlos e Região - Foto: Abner Amiel/Folha São Carlos e Região -

A mobilização favorável a abertura do calçadão de São Carlos para incentivar comércio ganhou fôlego novamente, puxada pela aprovação de entidades que representam o comércio do município e buscam alternativas para aquecer o comércio da região central. A possível mudança, porém, não é bem aceita por 60% das lojas concentradas no calçadão da rua General Osório, segundo dados levantados pelo jornal Folha São Carlos e Região. 34% querem a alteração. Uma loja não se posicionou e outra não respondeu até o fechamento da matéria.

As informações foram coletadas in loco pela reportagem entre os dias 10 e 11 de maio, que consultou o posicionamento das 38 (de 39) lojas do calçadão, entre elas farmácias, perfumaria, livraria, lojas de artigos esportivos e eletrônicos, de calçados, roupas, empresa financeira e lojas do grande varejo, como Pernambucanas e Casas Bahia. Uma loja estava fechada.

 23 lojistas (60%) posicionaram contrários a criação de uma via no calçadão. Eles temem que a possível construção de um boulevard- via de trânsito- pode trazer impasse para as vendas do comércio. "Os clientes estão acostumados a andarem pelo calçadão tranquilos, com liberdade e sem perigo. Além disso, o passeio é um local que possibilita descanso para os consumidores que saem dos comércios das ruas e avenidas. A criação de um boulevard vai interditar o fluxo de clientes no início, por causa das obras, e futuramente vai tirar a tranquilidade de transitar nesse trecho da General Osório, além de aumentar o barulho e a poluição", disse um proprietário do setor de têxtil.

Todos os lojistas contrários disseram que a mudança não vai solucionar uma crise que é nacional e que a resolução para o centro seria uma revitalização. Eles sugeriram a troca do piso do calçadão, manutenção nas bocas de lobos (mau cheiro), ampliação da segurança, queda no valor do aluguel e impostos sociais, mais estacionamento, padronização nas fachadas dos prédios, ampliação do horário do comércio aos sábados, melhora no transporte público (atrasos de ônibus), regras para o descarte de lixo e mais atrativos culturais e entretenimento às famílias no interior do passeio.

"Dizem que calçadão é ultrapassado, mentira, ele está deteriorado porque não tem manutenção. Em Campinas tem calçadão, Ribeirão Preto, Campinas, São José do Rio Preto. Essa pressão de abrir a via é de pessoas que não tem comércio no calçadão e tem interesse imobiliário, já que tem prédios desvalorizados na região da Estação Ferroviária, sendo que esse território não tem serviços essenciais, como Correios, bancos", disse outro proprietário.

13 lojas (34%) são favoráveis a criação de um boulevard. Esses comerciários acreditam que com abertura para a passagem de veículos, com arborização, vitrines iluminadas, vão repaginar o ambiente e aumentar o fluxo de clientes e consequentemente puxar para cima as vendas.

"Sou a favor porque o comércio precisa modernizar para desafogar", disse um proprietário de uma joalheria. "Tenho certeza que vai aumentar o fluxo de clientes", diz o gerente da uma loja de artigos esportivos.

Todos que são favoráveis demonstraram temor na demora da obra de um boulevard e defenderam ampliação de estacionamentos no centro.

A Associação Comercial de São Carlos (ACISC) e o Sindicato do Comércio patronal também defendem a medida, assim como revitalizações em outras áreas do centro, como estratégia para minar a força da crise e dar guinada na economia do comércio.

O secretário de Trânsito e Transporte, Coca Ferraz, disse que a mudança é uma ideia de um estudo sobre a revitalização do centro e que o assunto deve ser discutido com a sociedade.

Na Câmara, o vereador João Muller (PMDB) solicitou a realização de uma audiência pública para discutir as ações que possam ajudar a revitalizar o centro. Marquinho Amaral (PMDB) propôs consulta pública no site da Câmara.

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