Rui Sintra - Crédito: arquivo pessoal Receber o convite para integrar a Comissão de Honra da candidatura do Dr. Luís Marques Mendes à Presidência da República Portuguesa é, para mim, mais do que uma distinção: é um momento de profunda reflexão sobre a importância de cada passo que damos ao longo da vida. Senti-me honrado, não apenas pela confiança depositada em mim, mas também pelo simbolismo do gesto. Afinal, não se trata de um convite qualquer. Trata-se de caminhar ao lado de um homem que, ao longo da sua vida pública, soube dar voz àqueles que, por vezes, se sentiam – e muitos ainda se sentem - distantes do coração de Portugal - as nossas comunidades espalhadas pelo mundo. Enquanto lia o manifesto intitulado “Comunidades Portuguesas – o meu compromisso”, percebi que o convite ia muito além da formalidade. Era um chamado para partilhar de um projeto que reconhece que Portugal não se limita às suas fronteiras geográficas. Somos milhões a viver dentro do país, mas também largos milhões a levar a nossa cultura, a nossa língua e o nosso orgulho nacional para os quatro cantos do mundo. Ser português é, portanto, uma identidade sem muros, uma raiz que se expande e que nunca perde a ligação à terra-mãe. Marques Mendes recorda o passado quando esteve na génese da criação da “RTP Internacional” ou na consagração do direito de voto dos emigrantes. Mas olha também para o futuro com ideias claras: modernizar os consulados, oferecer opções de voto presencial, postal e eletrônico, valorizar as instituições da diáspora, e ainda criar um departamento de contacto permanente com as comunidades portuguesas. São compromissos que, se concretizados, não apenas aproximam, mas que também devolvem dignidade e reconhecimento a quem, fora de Portugal, continua a ser Portugal. Embora separados pela distância, estamos unidos pela mesma língua, pela mesma música, pelo mesmo fado que ecoa em nós. O manifesto de Luís Marques Mendes ressoou fundo em mim. Portugal não cabe apenas nas fronteiras, vive também nos olhos de quem parte e nunca deixa de regressar, ainda que só em pensamento. Por tudo isso aceitei o convite. Porque acredito que esta visão é, antes de tudo, um gesto de justiça para com aqueles que nunca deixaram de honrar o nosso país. Integrar esta Comissão de Honra é, no fundo, reafirmar a minha própria ligação às raízes e sentir que faço parte de um movimento maior: aquele que vê em cada emigrante um embaixador, um guardião da nossa cultura, um português de corpo inteiro. Hoje, escrevo estas linhas com a certeza de que a honra não é apenas minha. É também de todos os que, de diferentes lugares do mundo, continuam a acreditar que Portugal tem futuro. E que esse futuro se constrói com todos nós. Porque acredito no meu País... Sempre!!!





