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sexta, 05 de dezembro de 2025
Artigos Rui Sintra

Doação de Portugal ao Brasil

10 Out 2025 - 13h24Por Rui Sintra
Rui Sintra - Crédito: arquivo pessoal Rui Sintra - Crédito: arquivo pessoal

 

No decurso desta semana, ao tomar conhecimento do comunicado oficial do governo português sobre o envio de medicamentos ao Brasil para o tratamento das vítimas de intoxicação por metanol, senti-me profundamente tocado. Este gesto, aparentemente técnico e administrativo, carrega em si uma enorme carga simbólica: ele reafirma a união fraterna que existe entre Portugal e o Brasil, uma união que o tempo, as distâncias e as transformações históricas nunca foram capazes de abalar, mesmo quando alguns problemas - solucionáveis - se colocaram nessa trilha paralela. Agora, Portugal respondeu prontamente a um pedido das autoridades brasileiras, enviando ampolas de Fomezipole injetável — um medicamento vital para tratar intoxicações graves causadas por metanol. Essa doação envolveu uma complexa coordenação entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Ministério da Saúde, a Secretaria-Geral da Saúde, o INFARMED e o Instituto Camões, mostrando que o Estado português se mobilizou com seriedade e eficiência diante da emergência vivida pelo querido país irmão. Não foi apenas uma doação de medicamentos: foi uma demonstração de empatia, de compromisso e de amor ao próximo. Há algo de profundamente comovente em ver Portugal estender a mão ao Brasil em um momento de crise o que seria certamente recíproco caso houvesse necessidade. Somos povos ligados por séculos de história comum, pela língua, pela cultura e por uma afetividade que ultrapassa fronteiras políticas. Quando Portugal ajuda o Brasil, não se trata apenas de um ato diplomático — é como se uma família cuidasse de um dos seus. O gesto português ecoa a antiga ideia de que, nos momentos de dificuldade, é a solidariedade que nos define enquanto humanidade. A cooperação entre os dois países, consolidada ao longo das últimas décadas, ganha agora um novo capítulo marcado pela generosidade e pela confiança mútua. Esta doação não é apenas um ato humanitário: é um testemunho vivo de que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) pode ser um verdadeiro espaço de apoio e partilha, especialmente quando a saúde e a vida estão em risco. Como português e membro da diretoria do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estadop de São Paulo (CCLB) e do “Fórum Brasil/Portugal - São Carlos (SP)”, e certamente espelhando as opiniões de todos quantos fazem parte dessas duas agremiações luso-brasileiras, sinto um orgulho imenso em ver Portugal agir com sensibilidade e prontidão, reforçando o papel de um país pequeno em território, mas imenso em valores e solidariedade. O Brasil enfrenta um desafio grave e saber que a ajuda portuguesa poderá salvar vidas é motivo de emoção e esperança. Mais do que uma operação logística, este gesto simboliza o reencontro de duas nações que sempre caminharam lado a lado, mesmo em mares diferentes. É a prova de que os laços que unem Portugal e Brasil não se limitam à história — são vivos, pulsantes e solidários. Hoje, Portugal e Brasil estão novamente unidos, não apenas pela língua que partilham, mas pela humanidade que os aproxima. E é nessa união que reside a força que nos permite enfrentar as adversidades e reafirmar o valor maior de todos - A Vida!

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