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Trote no Samu chega a 30% em São Carlos

13 Jun 2016 - 05h58
Foto: Marcos Escrivani - Foto: Marcos Escrivani -

Uma brincadeira de mau gosto que pode resultar até na morte de uma pessoa. Assim são os trotes que diariamente atrapalham o trabalho dos socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de São Carlos, cuja prioridade é justamente salvar vidas.

Em maio, os atendentes do Samu receberam 728 solicitações de ocorrências. Deste total de atendimentos, 144 foram trotes e ainda 129 'enganos', quando a pessoa que solicita socorro, não passa as informações necessárias como local correto, qual o tipo de problema que a suposta vítima tem, entre outros detalhes.

Em entrevista exclusiva ao São Carlos Agora a enfermeira Denilva Pícolo, que há um ano comanda o Samu e as UPAs em São Carlos relatou que o trote é uma 'doença maligna' e que atrapalha sobremaneira os trabalhos dos socorristas. "É um câncer. O trote é uma brincadeira de muito mau gosto. É uma falta de responsabilidade, de comprometimento da pessoa que pratica tal ato. É uma falta de respeito para como ser humano. A pessoa que passa o trote um dia pode ser a vítima e necessitar de socorro", disse Denilva.

40 MINUTOS QUE PODEM VALER UMA VIDA

Quando um atendente do Samu recebe uma chamada, a preocupação é grande. A responsabilidade do profissional é coletar todos os dados da pessoa que estaria necessitando do socorro e acionar automaticamente uma viatura que sai para o atendimento imediato. Neste caso, não há como saber se é trote ou não.

A obrigação dos socorristas é 'cruzar' as vias de São Carlos e salvar a vida de uma pessoa. É a luta contra o tempo. Dependendo o bairro, a saída pode demorar de 15 a 40 minutos.

"Por isso um trote pode ceifar uma vida. São até 40 minutos que profissionais estarão empenhados sem saber se aquela informação é real ou não. Por isso que repudiamos o trote. Ele pode até fazer com que uma pessoa morra", afirmou Denilva.

CONSCIENTIZAÇÃO

Ao SCA, Denilva enfatizou que campanhas de conscientização serão realizadas para que o trote diminua em São Carlos. Um primeiro passo será dado ainda este ano.

Ela espera que, dentro de um mês, escolas comecem a ser visitadas por equipes do Núcleo de Educação Permanente e realizem palestras que terão público alvo crianças e jovens para que conscientizem e divulguem o trabalho do Samu.

"É o Projeto Samuzinho que será feito dentro das escolas. Serão orientações de como a pessoa deve acionar uma viatura. Queremos ter a população como nossa parceira. Acredito que, a partir do momento que conscientizamos uma criança, ela chegará em casa e também orientará os pais. Será um trabalho para que tenhamos adultos conscientes e responsáveis", enfatizou.

24 HORAS LIGADOS

A base operacional do Samu fica ao lado do Hospital Escola, na avenida Professor Luís Augusto de Oliveira, próximo a rotatória da rodovia Washington Luís (SP-310) com a  Engenheiro Thales de Lorena Peixoto Júnior (SP-318).

De segunda-feira a segunda-feira, 24 horas por dia, 90 funcionários trabalham para salvar vidas em São Carlos. São duas unidades básicas e uma de suporte avançado, além de duas motolâncias.

Denilva admite que são poucas viaturas para atender São Carlos, entretanto revelou que duas novas ambulâncias estão prestes a chegar. "Acredito que daqui a dois meses receberemos este reforço. Com isso nosso trabalho será mais eficiente", comentou.

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