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Docente da UFSCar recebe prêmio em homenagem às mulheres negras da América Latina e Caribe

08 Ago 2011 - 13h36
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No último dia 25 de julho, a docente Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, do Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), recebeu o prêmio "Luiza Mahin", oferecido pela Secretaria Municipal de Participação e Parceria (SMPP) de São Paulo. A premiação, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, aconteceu na Câmara Municipal de São Paulo e teve como objetivo reconhecer esforços das mulheres negras do continente americano em defesa das transformações nas relações de gênero e raça.

Petronilha é professora titular da disciplina Ensino-aprendizagem e relações Étnico-Raciais da UFSCar, pesquisadora de Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB) e coordenadora do Grupo Gestor do Programa de Ações Afirmativas da Universidade. Ao falar sobre a homenagem, a docente destaca que, desde a década de 1980 são desenvolvidos na Universidade trabalhos para a manutenção da cultura e história afro-brasileira. Além disso, ela destaca os projetos recentes realizados pelo NEAB na promoção e garantia do direito a identidade, a história, a escolarização e aos conhecimentos científicos.

A docente da UFSCar salienta a importância histórica e social da homenagem prestada em comemoração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. "O evento foi muito importante por reconhecer e valorizar o trabalho de mulheres negras, descendentes da africanos, no sentido de divulgação da cultura negra, inclusão social e luta antidiscriminatória em favor de todos os segmentos da população brasileira que a sociedade insiste em manter a margem", observa a pesquisadora do NEAB.

Petronilha também afirma acreditar que são necessárias mudanças urgentes para a defesa da dignidade do negro nas áreas da saúde, educação, moradia, emprego e a garantia ao direito de professar religião de raiz africana, tais como candomblé, macumba, batuque e umbanda. "É necessário também que haja um respeito a sua história e cultura, a divulgação das suas contribuições para a construção da nação brasileira, suas lutas por libertação e combate ao racismo e a divulgação das contribuições de intelectuais negros em diferentes campos do conhecimentos, tais como André Rebouças, Machado de Assis, Abdias do Nascimento, Oliveira Silveira, Antonieta de Barros, Lélia Gonzales, Beatriz Nascimento, Chiquinha Gonzaga, Mãe meninha do Gantois, entre tantos outros", lembra a docente.

O I Prêmio Luiza Mahin foi concedido a sete mulheres negras brasileiras, que se destacaram pela coragem, persistência e liderança. O prêmio é oferecido em referência à Luiza Mahin, uma das chefes da Revolta dos Búzios, em 1835, na Bahia. Além da professora Petronilha, também receberam a premiação Ana Maria Araújo Santos, Fanta Konate, Luislinda Dias de Valois Santos, Mafoane Odara Poli Santos, Sônia Maria Pereira Nascimento, Theodosina Rosário Ribeiro e Vicenta Camusso.

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