sexta, 26 de abril de 2024
Resultados promissores

USP de São Carlos usa Terapia Fotodinâmica para combater infecções do trato respiratório

Bactérias resistentes a antibióticos, crescem a uma taxa assustadora em todo o mundo e colocam a ciência em de alerta

21 Jun 2021 - 08h52Por Redação
Vanderlei Salvador Bagnato, pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e um dos autores do artigo - Crédito: DivulgaçãoVanderlei Salvador Bagnato, pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e um dos autores do artigo - Crédito: Divulgação

A terapia fotodinâmica - utilizando luz para inativar vírus, bactérias e outros microrganismos, foi destaque na revista “Applied Physics Reviews”, do American Institute of Physics, em sua edição de maio, reproduzido também entre outras mídias, como, por exemplo, na Revista Science Daily e na página oficial da OMS. No artigo, assinado por pesquisadores do Hagler Institute for Advanced Study, da Universidade A&M do Texas (EUA) e do Instituto de Física de São Carlos (USP), foram apresentados resultados muito promissores, coletados nas últimas décadas, de que a terapía fotodinâmica é eficaz no tratamento de infecções do trato respiratório e em alguns tipos de câncer.

Bactérias resistentes a antibióticos, que estão crescendo a uma taxa assustadora em todo o mundo, colocaram a ciência mundial em estado de alerta já há algum tempo, sendo que a atual crise de saúde provocada pela COVID-19 reforçou a necessidade urgente de se abordar uma pandemia que é de rápido desenvolvimento, com o intuito de minimizar essas emergências de saúde e prevenir o colapso econômico. Em suma, são técnicas de controle de infecção baratas, práticas e facilmente aplicáveis

A aplicação de luz na forma de ação fotodinâmica em microrganismos e vírus tem crescido e agora é aplicada com sucesso em várias outras áreas. A eficácia desta abordagem tem sido demonstrada na luta contra diversos tipos de vírus, havendo necessidade de se introduzirem esforços adicionais para o avanço da técnica, incluindo protocolos de uso de segurança.

Em particular, sua aplicação para eliminar infecções do trato respiratório e para fornecer descontaminação de fluidos - como plasma sanguíneo - pode se tornar uma estratégia alternativa e muito barata na luta contra vírus e infecções bacterianas.

Diversos métodos de tratamento precoce com base na terapia fotodinâmica têm permitido encontrar respostas rápidas a ameaças emergentes, mesmo antes da disponibilidade de medicamentos preventivos. Nesta revisão, os pesquisadores avaliaram um grande número de demonstrações fotodinâmicas com provas robustas realizadas no controle viral, revelando seu potencial e incentivando seu rápido desenvolvimento em direção à prática clínica segura. Essa revisão destaca as principais tendências de pesquisa e, como um exercício futurista, antecipa situações potenciais onde o tratamento fotodinâmico pode fornecer uma solução prontamente disponível.

Vanderlei Salvador Bagnato, pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e um dos autores deste artigo, salienta que o vírus que atualmente assola o mundo está provocando uma doença respiratória crônica que leva muita gente a óbito. Junto com essa doença temos a pneumonia causada pelas bactérias resistentes, algo que é bastante perigoso para pacientes que permanecem muito tempo hospitalizados. Nesses casos, a ação fotodinâmica torna-se bastante importante, pois ela pode ser uma grande aliada no combate a essas e outras infecções. Vanderlei Bagnato afirma que neste momento o mundo vive uma outra pandemia, diferente da inicial, que é a pandemia das bactérias resistentes aos antibióticos, pelo que ações e técnicas de origem física e química podem permitir esse combate, que é essencial.

No trabalho publicado na “Applied Physics Reviews”, os pesquisadores fornecem dados indicativos de que a ação fotodinâmica pode reverter um quadro de resistência, ou seja, numa infecção que não responda ao antibiótico, essa ação pode fazer com que esse antibiótico fique mais ativo e eficaz - uma ação conjugada.

O trabalho publicado na revista internacional foi majoritariamente desenvolvido no Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (USP).

Autores do trabalho: Willis, J. A.; Cheburkanov, V.; Kassab, G.; Soares, J. M.; Blanco, K. C.; Bagnato, V. S.; Yakovlev, V. V. (Rui Sintra - jornalista IFSC/USP)

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