quarta, 24 de abril de 2024
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Cachorro arrastado por carro é “filho caçula” de nova família em São Carlos

27 Fev 2020 - 07h14Por Marcos Escrivani
Antes Jhow, agora Moisés: cãozinho arrastado ganha nova família e é "filho caçula" de um advogado - Crédito: DivulgaçãoAntes Jhow, agora Moisés: cãozinho arrastado ganha nova família e é "filho caçula" de um advogado - Crédito: Divulgação

O cachorrinho vítima de maus-tratos e que após ser arrastado por um carro por seu ex-proprietário e abandonado na rua 7 do Antenor Garcia, no sábado, 22, em São Carlos, ganhou um novo lar. Será o “filho caçula” de um advogado que reside no Jardim Cardinalli.

Ao ver a publicação no São Carlos Agora, se candidatou a ser o “pai adotivo” e conseguiu a guarda após entrar em contato com a protetora Dora Oliveira Soares que resgatou o cachorrinho e proporcionou os primeiros cuidados ao leva-lo em uma clínica veterinária.

ANTES JHOW, AGORA MOISÉS

Quando resgatou o cãozinho, que estava com sérias lesões sendo a mais grave na cabeça, já que o couro tinha sido arrancado e aparecia o osso devido ser arrastado, o bichinho ganhou o nome de Jhow. Mas ao ser adotado, foi rebatizado como Moisés, dado pela nova família.

A história foi para as redes sociais e viralizou. Posteriormente divulgado no São Carlos Agora já que a meta era conseguir uma nova família para o pequeno.

“Após ser postado no portal, várias pessoas ligaram querendo adotar, mas Deus envia Anjos. Foi o que aconteceu com o paizinho humano do Moisés. Eu fiquei muito feliz. Ele está sendo bem cuidado, está tendo muito amor e isso é importante. Que Deus abençoe a nova família do Moisés e obrigado ao São Carlos Agora por divulgar. Isso ajudou muito”, reconheceu a protetora Dora Oliveira Soares

ENTREVISTA

Moisés passa por tratamento intensivo em uma clínica veterinária e corre risco de morte. Mas está se reabilitando dia após dia. O novo “papai adotivo” foi procurado pelo SCA e após algumas condições e um pouco de insistência resolveu dar uma entrevista, mas com algumas condições: permanecer no anonimato e dar um nome fictício, pois sua ideia não é aparecer como o salvador de Moisés, mas um cidadão que optou por fazer o bem. “Gostaria que me definisse como Mocho (uma espécie de coruja) na reportagem.

Desta forma, o advogado residente no Jardim Cardinalli respondeu a alguns questionamentos e falou o motivo que o levou a adotar Moisés, proporcionando uma nova vida ao pequeno cãozinho que passou por maus- tratos, foi arrastado por um carro e posteriormente abandonado.

São Carlos Agora: O que motivou você a adotar o Moisés?

Mocho: Um chamado de Deus ouvido pelo coração.

SCA: Quando você o viu pessoalmente, qual sentimento teve?

Mocho: Profunda tristeza em saber que existem humanos cruéis e covardes, que são capazes de fazer isso com o pobre e inocente animal - que sente e sofre como nós, humanos!

SCA - Quais foram os primeiros procedimentos que você tomou em relação a saúde do cãozinho?

Mocho - Após transmitir a ele amor e carinho, levei numa médica veterinária da minha confiança para uma primeira avaliação, medicação e exames posteriores.

SCA - Corre risco de morte?

Mocho - Sim, mas estamos fazendo todo o possível dentro do estado da arte da medicina veterinária para que ele sobreviva e se recupere.

SCA - Ficará alguma sequela?

Mocho - Ainda não dá para saber mas talvez a visão do olho esquerdo, pois devido ao arrasto lateral perdeu a pele e o olho não fecha totalmente. Estamos hidratando para levar a um veterinário oftalmo, pois agora ele não resistiria a cirurgia e anestesia. Embora ele consiga ficar em pé e andar muito pouco, não sabemos se vai conseguir ficar de pé e andar normalmente pois ele tem muitas marcas e sinais de doenças graves e que podem ter deixado essas sequelas, pois não foram tratadas ou tratadas de forma errada. Também tem secreção no pulmão e isso não pode evoluir para pneumonia.

SCA - Agora ele está em nova família, o que o Moisés terá nos próximos anos?

Mocho - Se ele sobreviver e parece estar reagindo com uma força incrível apesar de seu estado grave, terá todo amor e carinho merecidos e que parece nunca ter tido.

SCA - Vai ser o “filho caçula”?

Mocho – Sim. Há poucos meses estava andando de bike e encontrei uma cachorra abandonada num canavial e a adotei. Moisés e ela serão grandes amigos e companheiros.

SCA - Com relação ao que ele passou, que sentimento fica?

Mocho - Fica o sentimento de impotência diante da covardia, da maldade e do crime bárbaro que alguém cometeu contra este cachorro!

SCA - Na sua opinião, o que leva seu antigo dono(a) ter tal atitude?

Mocho - Sou advogado e atuo na área do direito animal há mais de 20 anos. Já vi muita coisa que nos faz duvidar de que o ser humano possa ter uma alma à imagem e semelhança de Deus!

Normalmente são pessoas que perderam a humanidade por vários e diversos motivos e que se aproveitam dos podres e indefesos animais praticando atos de muita maldade e extrema covardia! Isso acaba sendo fomentado pela legislação que temos e que não tem punições severas o suficiente para coibir esses atos extremamente maldosos e cruéis.

Não podemos salvar todos os seres inocentes e indefesos do mundo, mas todas as pessoas de bem são chamadas a fazer a sua parte para que a humanidade não seja definitivamente extinta!

Sou grato à senhora que resgatou o Moisés do local onde foi encontrado, ao São Carlos Agora por dignificar o jornalismo de responsabilidade social junto à causa animal e aos veterinários que de alguma forma tiveram contato com Moisés. Especialmente pela extrema dedicação e competência da médica veterinária da minha confiança, que não mediu esforços mesmo em dias de Carnaval, para cuidar dele junto comigo.

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