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Artigo Tati Zanon: Faça o que eu faço

02 Jun 2016 - 10h15Por (*) Tati Zanon
Foto: Divulgação - Foto: Divulgação -

Dentre as várias dificuldades da vida, acredito que uma das maiores dela- se não for a maior- é o desafio de se criar um filho. Ainda não tive o privilégio da maternidade, mas, como filha, tenho uma breve noção das dores de cabeça que um rebento é capaz de trazer a seus progenitores. Já ouvi diversas vezes de meus pais, e de outros pais, que a preocupação com os filhos não tem data de término. E acredito plenamente nisso.

Como ainda não tive filhos, não consigo imaginar o que se passa na cabeça dos pais naquela noite em que o bebê não parou de chorar um segundo sequer; naquela madrugada em que o filho adolescente prometeu voltar da festa às 2 da manhã e, às 4, ele ainda não deu sinal de vida; naquele dia em que a filha saiu de casa para morar fora e o coração desses pais foi partido.

Da mesma maneira, não consigo imaginar o que se passou na cabeça do casal de japoneses que abandonou o filho em um bosque na ilha de Okayado como forma de punição por um mau comportamento. Como mãe, não me atrevo a dizer nada, mas como filha, fiquei extremamente chocada com a punição escolhida, seja qual for o mau comportamento que o pequeno de sete anos tenha cometido.

O que tenho notado, com o passar dos anos, é que filhos têm surpreendido, pais e sociedade como um todo, com suas atitudes. Mas posso dizer também que alguns pais podem estar escolhendo caminhos tortos para educá-los.

O que não faltam hoje em dia são "especialistas" trazendo fórmulas mágicas de como se educar um filho: não batam, não gritem, não enfrentem. E o que temos hoje são crianças cada vez mais assustadoras, geralmente educadas com base nessa "filosofia" barata.

Se há algo em que acredito plenamente é que crianças precisam de limites, não há dúvidas a esse respeito. Mas também acredito piamente que muitos pais, em nome do amor ou em nome do desespero, têm tomado atitudes intimidantes- e equivocadas- para colocar os filhos "no caminho certo".

Com um enorme telhado de vidro, tenho medo de dizer o que é certo e o que é errado quando o assunto é se educar um filho. Mas afirmo, por experiência própria, que os filhos são o reflexo dos pais. E, tendo isso como base, asseguro que a melhor maneira de se educar um filho é os próprios pais serem o exemplo daquilo que querem que seus filhos se tornem.

O "faça o que eu digo, não faça o que eu faço" é o pior caminho a ser seguido, por mais correto que ele pareça. Se os pais tomarem boas atitudes, dificilmente seus filhos seguirão outro caminho. A difícil arte de educar um filho pode se tornar menos dolorosa quando aqueles que lhes servem de espelho optem por praticar, cotidianamente, boas virtudes e bons princípios. Acredito ainda que essa seja a melhor fórmula para se criar bons filhos e, consequentemente, melhores seres humanos.

Dedico este artigo ao João e à Theté, perfeitos exemplos de amor, dedicação e honestidade, que transmitiram com sucesso às suas filhas

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