sexta, 26 de abril de 2024
Polícia

Polícia Civil ouve presidiário sobre caso do falso médico que agia em São Carlos

Marcos Batista de Oliveira disse que teve a bolsa furtada no dia em que foi preso em 2014.

09 Jun 2015 - 09h40
Delegado Maurício Antônio Dotta e Silva disse que Marquinho foi ouvido e negou ser médico oftalmologista e teve seus documentos furtados. (foto Pedro Maciel) - Delegado Maurício Antônio Dotta e Silva disse que Marquinho foi ouvido e negou ser médico oftalmologista e teve seus documentos furtados. (foto Pedro Maciel) -

A Polícia Civil segue investigando um falso médico que agiu em São Carlos aplicando golpes contra vários laboratórios e empresas especializadas em produção e montagem de equipamentos oftalmológicos.

Na cidade de São Carlos os policiais do 1º Distrito Policial descobriram que em um dos crimes o falsário se identificando como Doutor Marcos Batista de Oliveira teria usado o pátio do estacionamento interno da Casa de Saúde e Maternidade São Carlos para receber um dos equipamentos que teria sido revendido a um hospital de Brasília.

O delegado Maurício Antônio Dotta e Silva que está a frente dos trabalhos disse que o golpe seria bem maior e vários empresários e vendedores de empresas destes tipos de equipamentos foram ouvidos e identificaram o falsário. Ele também informou que o falso médico conseguia burlar a segurança e adentrar em áreas restritas de hospitais onde só podem permanecer pessoas autorizadas.

A Polícia Civil conseguiu localizar o preso Marcos Batista de Oliveira, 51, o "Marquinho" que teve seu nome e seus documentos envolvidos no crime. Ouvido formalmente sobre o caso o presidiário negou qualquer envolvimento no golpe dizendo inclusive que teria sido vítima de um furto de seus documentos.

FALSO MÉDICO

Acusado deixa hospital Casa de Saúde transportando equipamento médico. (foto Divulgação)O empresário de 45 anos negou que estaria se identificando como médico. No mês de março após representar junto a Justiça Criminal por um mandado de busca e apreensão na residência do falsário o delegado Maurício Dotta reuniu seus policiais e seguiu para um condomínio fechado de São Carlos onde detiveram o empresário. Encaminhado ao 1º DP e ouvido por cerca de cinco horas pelo delegado negou envolvimento na fraude, dizendo que possivelmente seu nome teria sido envolvido em uma trama e que teria feito um favor para o médico que ele disse pouco conhecer.

Os investigadores estiveram em uma empresa na região central de São Carlos onde acabaram encontrando alguns objetos de interesse policial que foram apreendidos. Através de uma das notas de empresas da capital lesadas os policiais civis acabaram descobrindo que uma máquina avaliada em aproximadamente R$ 77 mil estaria na posse de um hospital em Ceilandia no Distrito Federal e esta máquina, segundo um dos vendedores identificado por Marcelo, seria de sua empresa que a negociou com o falso médico no interior da Casa de Saúde de São Carlos.

Através das investigações os policiais civis do 1º DP conseguiram recuperar a máquina que já estaria sendo utilizada pelo hospital no Distrito Federal. Trazida para São Carlos, passou por perícia e foi devolvida à empresa. Na semana passada a Polícia Civil recebeu todos laudos que comprovaram a fraude do falso médico e a propriedade da máquina.

RECONHECIMENTO

Também ouvido no inquérito policial e concordando falar com a reportagem o vendedor Marcelo, representante da empresa que vendeu a máquina, reconheceu o empresário como sendo o falso médico e informou que a máquina teria sido remetida aos cuidados do suposto médico Marcos Batista de Oliveira, que foi entregue ao profissional no interior do estacionamento interno da Casa de Saúde e Maternidade de São Carlos. Câmeras de vigilância flagraram o acusado adentrando com seu veículo em uma área restrita e recebendo a máquina para clínicas oftalmológicas e a colocando a em sua caminhonete e deixando as dependências do hospital.    

O empresário que se identificava como médico e teria acesso em alguns hospitais de São Carlos e região, segue investigado pelo 1º Distrito Policial de São Carlos que deverá finalizar toda investigação nas próximas semanas.

PRESIDIÁRIO

O presidiário Marcos Batista de Oliveira, 51, o "Marquinho" que hoje cumpre pena pelo crime de roubo, em regime semiaberto, no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Jardinópolis, concordou em falar com a reportagem e negou qualquer envolvimento com o crime dizendo ainda que tem a profissão de pintor e nunca teria prestado serviço para o empresário e tão pouco o conhece.

Marcos disse que não tem formação superior, não é médico e não soube informar como pessoas estariam usando seus documentos no crime do "falso médico". Ele disse que em março de 2014, teve sua bolsa furtada com todos seus documentos enquanto trabalhava como pintor em uma residência localizada na rua Basílio Dibbo, no Jardim Morumbi e neste mesmo dia acabou preso após ter sido condenado pela Justiça Criminal de São Carlos pelo crime de roubo e até o momento cumpre pena em Jardinópolis.

Áudio:  Delegado Maurício Antônio Dotta e Silva diz que Marquinho foi ouvido e negou ser médico oftalmologista e teve seus documentos furtados.

Áudio: Marcos Batista de Oliveira disse que não é médico e não sabe com seus documentos foram parara nas mãos do falso médico.

 

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