sexta, 26 de julho de 2024
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Artigo Tati Zanon: A regra de ouro

08 Jun 2017 - 06h00Por (*) Tati Zanon
Foto: Divulgação - Foto: Divulgação -

Em meu último artigo, escrevi sobre aquele que considero o melhor país do mundo. Depois de alguns gentis "puxões de orelha" de meus queridos leitores, percebi que deveria ter mantido a ideia inicial que tive para escrevê-lo: limitar-me apenas a falar sobre nossas belas paisagens naturais e abastados recursos, deixando de exaltar os seres que aqui habitam que, nem de longe, fazem jus à beleza e riqueza de nosso país.

Concordo com todas as colocações feitas nos comentários. Quem acompanha meus artigos há algum tempo sabe o que penso do povo brasileiro e também está ciente de que culpo esse mesmo povo pela corrupção sistêmica e vergonhosa que, hoje temos certeza, já acontece por aqui há muitos e muitos anos. Quem acompanha meus artigos também sabe que considero o famoso "jeitinho brasileiro" a raiz de toda e qualquer corrupção que existe em nossa administração pública, uma vez que acredito piamente que o governo é o reflexo do povo, e não o contrário.

Essas colocações ganham cada vez mais corpo em minha mente e, a partir delas, inspirei-me para lhes escrever o que se segue, trazendo reflexões pessoais sobre como poderíamos mudar a realidade do país, através do incentivo de melhores e mais justas atitudes por parte dos brasileiros, para dar fim, de uma vez por todas, a esse cenário vergonhoso e humilhante pelo qual temos passado nos últimos meses- e que só tende a piorar.

Porém, acredito que o debate pode- e deve- ser expandido. Por que nos limitarmos a refletir como criar brasileiros melhores, se podemos pensar em maneiras de criar seres humanos melhores?

Citarei agora uma frase que estou certa de que já está "grudada" no cérebro de qualquer um de vocês, e nela, acredito eu, está a solução absoluta para a proposição acima: não faça aos outros o que você não gostaria que fizessem a você.

Também conhecida como "regra de ouro", acredito que essa seria a salvação da humanidade caso a mensagem fosse de fato uma prática constante. Pare e pense, querido leitor: se todos agissem dessa forma, não estariam todos os males eliminados? O que acontece conosco, então, para que não ajamos assim (mesmo que esperemos sempre isso dos outros)? Aí, então, chego à raiz de todo mal da humanidade, responsável pelas inúmeras as atrocidades que testemunhamos cotidianamente: o egoísmo.

Façamos uma brevíssima análise do significado de egoísmo encontrada no dicionário Aurélio: amor excessivo ao bem próprio, sem consideração aos interesses alheios; exclusivismo que faz o indivíduo referir tudo a si próprio; amor exclusivo e excessivo de si, implicando na subordinação do interesse de outrem ao seu próprio.

Não vou amolá-los com exemplos práticos de como o egoísmo nos leva a causar tanta dor e injustiça ao próximo. A intenção aqui é deixar a vocês esta tarefa. Pensem em qualquer situação que considerem desonesta ou injusta. Vale desde a corrupção brasileira até os ataques do Estado Islâmico. Depois, façam o mesmo exercício com o significado de egoísmo, e vocês perceberão que todas essas maldades podem ser "justificadas" por ele, e que poderiam ser eliminadas caso agíssemos de acordo com a regra de ouro.

Escrever "soluções" para a humanidade é tarefa fácil. O difícil mesmo é colocá-las em prática. Não preciso lembrá-los de que seres humanos estão sujeitos a errar. Mas creio que o primeiro passo para menos erros e mais acertos é sempre pensarmos na regra de ouro antes de agirmos. "E se tentarmos ser menos egoístas?" E se decidirmos que não faremos aos outros o que não gostaríamos que fizessem conosco? Não conseguiremos agir assim o tempo todo, mas refletir sobre esse fato pode ser o primeiro passo em direção a essa importante- e essencial- mudança. Comecemos agora mesmo.

E você, querido leitor, concorda com minhas colocações? Deixe sua opinião nos comentários ou em minha página no Facebook.

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