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Artigo Edgard Andreazi: Os limites das baterias do corpo

13 Mar 2017 - 09h24Por (*) Edgard Andreazi
Foto: Divulgação - Foto: Divulgação -

Na maioria das vezes, talvez nossa grande preocupação se dá por conta do excesso dos limites do cheque especial, ou do cartão de crédito. Mas em nossas longas jornadas, sempre encontramos meios de driblar as dificuldades, e com uma matemática que Pitágoras não ousou descrever, vamos contornando as voltas que o mundo dá. Por vezes os ventos ajudam, outras vezes intensificamos nossos esforços, em outros momentos as políticas econômicas e sociais emergem e como disseram Caetano Velosos e Chico Buarque: A gente vai levando.

Mas, muito além dos desencontros financeiros a que estamos sempre sujeitos, existe um limite orgânico que igualmente ao crédito da instituição financeira, costumamos também utilizar de forma tanto quanto desregrada. São os exageros, que mesmo realizados em pró, costumam causar prejuízos ao corpo e a mente. Na década de 70, popularizou-se pela denominação de estresse.

Não vamos colocar em discussão a patologia, sua origem e muito menos fazer qualquer afirmação técnica a respeito, nem tão pouco responsabilizar o indivíduo acometido pelo problema, que não há dúvida é involuntário. Vamos apenas debater sobre os "juros" que pagamos por exceder esses nossos limites.

Levante a mão e conteste, aquele que não teve conhecimento de nenhum caso, até mesmo o próprio, de depressão, ansiedade, dentro do círculo de convivência, seja na família, no trabalho ou outro grupo social.  Mesmo não sendo contagioso, seja por qualquer meio, o danado do mal não afeta apenas o indivíduo, ele cria problemas, com maior ou menor intensidade, em todosos grupos de relacionamento. As atividades profissionais são comprometidas, projetos geralmente são adiados, tornando seus investimentos mais caros. Existe um inconveniente auto julgamento a respeito dos caminhos até então percorridos. Aí você se depara com a necessidade de um tratamento profissional que vai realmente confirmar que a principal causa de tudo isso foram os excessos. Você usou todo o limite das suas baterias.

Diferente dos modernos equipamentos eletrônicos que utilizamos, não podemos simplesmente ligar na tomada e recarregar o aparelho. É mais parecido com a situação de um automóvel com o motor fundido. Tem conserto, fica bom, mas custa caro. Também tem o período de "amaciamento", e o pior de tudo a necessidade da retomada na autoconfiança.

Neste momento, como parte do tratamento, descobrimos que temos que fazer algumas coisas, como pescar, dançar, cantar e principalmente fazer atividades físicas,exatamente tudo que deixamos de fazer por conta de achar que o correto era explorar todo o nosso potencial, aproveitando o máximo da carga de nossa bateria orgânica, sem as corretas e necessárias manutenções e recargas.

Sabe aquela frase de para-choque de caminhão e adesivo de carro velho "Tá nervoso? Vai pescar!", é muito mais que uma frase, deveria ser considerada um provérbio chinês.

Dá para imaginar o custo de tudo isso? Tempo, remédios, reorganização. Estes são os juros deste mercado do organismo, um taxa muito onerosa, bem mais caro que uma pescaria periódica e um happy hour uma vez por semana. Obviamente tudo dentro dos limites.

As informações acima são de total responsabilidade do autor.

Foto: Divulgação(*) O autor é empresário de Contabilidade, Graduado pelo Centro Universitário Claretiano, Pós-graduado em Administração Pública Municipal pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Unirio.

Email - edgard@andreazimoreira.com.br 

Facebook - Edgard Andreazi Moreira

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