Expandir um negócio parece um caminho óbvio quando as vendas estão indo bem, mas o processo requer um entendimento profundo do negócio e dos cenários possíveis
Os negócios estão indo bem, a clientela fiel é só elogio e vira e mexe aparece alguém com aquela pergunta: “quando é que você vai abrir uma filial perto da minha casa?”.
É o suficiente para ligar os sinais de alerta e o microempreendedor começar a vislumbrar a expansão do negócio.
É preciso lembrar que ao abrir uma filial, o interessado deverá fazer o desenquadramento do MEI (Micro Empreendedor Individual), o registro que legaliza a sua atividade comercial. Assim, começa a transformação em uma micro empresa e, com isso, assumindo outras responsabilidades legais.
Parece um caminho óbvio, mas como tudo que envolve dinheiro, é preciso muito planejamento e estudo antes de abrir uma filial. Não é porque o negócio vende bem que o sucesso de uma nova loja está garantido, é preciso analisar diversos aspectos, como veremos a seguir.
Clientela
A primeira coisa a se pensar é na sua base de clientes. Ela é composta por um número significativo de pessoas que acompanham a sua marca há bastante tempo?
Esse é um sinal de que o seu negócio está consolidado na sua localidade, um bom indício de que talvez valha a pena mesmo investir na expansão.
Análise do negócio
Ficou animado? Muita calma nessa hora!
Antes de tirar o sonho do papel, é preciso avaliar todos os gastos e lucros.
Se o seu empreendimento apresenta uma lucratividade mais ou menos padronizada ao longo dos anos e consegue se manter saudável, mesmo em períodos de sazonalidade ou crises, você está um passo mais perto do seu sonho.
Pensando no futuro
Uma vez que tenha uma boa e duradoura base de clientes e um negócio comprovadamente lucrativo até o momento, chegou a hora de ampliar os horizontes.
Para isso, é necessário fazer uma projeção orçamentária, considerando faturamento e despesas futuros para ter a real noção de quanto precisará investir para conseguir expandir.
Outro fator que precisa entrar nessa conta é a projeção de cenários futuros. Considerando, inclusive, que as coisas possam dar errado, que o negócio não consiga atrair a clientela dentro do tempo estimado, o possível impacto que uma crise econômica pode causar.
É importante para que se pense em um capital que dê conta de arcar com essas despesas, garantindo a continuidade do negócio.
Primordial considerar também a perenidade do negócio, ou seja, o produto que você oferece é duradouro ou pode deixar de existir com o tempo?
Essa análise precisa fazer parte do seu plano de negócio para determinar a abertura ou não de uma nova sede.
Localização
Definir o melhor local para a primeira filial também requer estudo e planejamento. É preciso analisar profundamente o seu público atual e buscar por uma localidade que possua uma possível clientela com características de padrão econômico, estilo de vida e comportamento de consumo semelhantes.
O ideal é que não seja um ligar muito longe da base atual de clientes, para que não se percam esses consumidores já fidelizados.
Padrão de qualidade
Outro aspecto muito importante é a manutenção do padrão de qualidade. Quando se pensa em abrir uma filial, é fundamental ter uma equipe qualificada. É o atendimento que vai definir o sucesso da empreitada.
Lembre-se: o negócio é feito para pessoas e por pessoas. Esse relacionamento entre a equipe de vendas e o consumidor em potencial é o ponto mais importante de um novo empreendimento.
Não adianta o produto ser excepcional se o atendimento pré e pós-venda deixa desejar.
O mesmo vale também para a produção. Se não está preparado para atender a nova demanda, se não tem profissionais bem capacitados para dar continuidade ao padrão que tem atualmente, certamente, terá problemas para estabelecer e manter o seu novo ponto de vendas.
Processos burocráticos
Analisados todos esses aspectos, localidade escolhida, equipe montada é hora de dar entrada na papelada para a abertura do seu novo espaço.
Nos casos de abertura de primeira filial, alteração de nome empresarial ou transferência para um estado em que não haja filial, é recomendável promover a proteção do nome empresarial ou solicitar a pesquisa deste à Junta Comercial de onde se pretende abrir a filial.
Também deverá ser requerida a certidão simplificada, onde conste o endereço da filial para ser apresentado à Junta Comercial de destino.
A exceção ocorre quando no processo consta o contrato ou instrumento que contenha o contrato consolidado ou Certidão de Inteiro Teor ou cópia autenticada de um desses instrumentos em que se deliberou pela abertura da filial.