quarta, 08 de maio de 2024
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'Doença do Pombo' mata duas pessoas no litoral paulista; saiba como se prevenir

09 Ago 2019 - 11h03
'Doença do Pombo' mata duas pessoas no litoral paulista; saiba como se prevenir - Crédito: Pixabay Crédito: Pixabay

No último mês, a criptococose, conhecida como ‘Doença do Pombo’, matou duas pessoas em Santos, no litoral de São Paulo. A prefeitura informou que os atuais protocolos de saúde não obrigam a notificação dos casos, mas que realiza ações de prevenção.

O empresário José Wilson de Souza morreu em 18 de julho, enquanto a morte do cinegrafista Mauro Sérgio Gil Senhorães ocorreu no dia 23 do mesmo mês. Ambos ficaram internados por quatro meses em hospitais diferentes e, antes disso, tinham vida ativa e eram sadios, segundo familiares, a quem os médicos informaram sobre a doença.

Os sintomas apresentados pelos dois homens eram semelhantes: intensa dor de cabeça, tonturas, febre, além de falta de ar e cansaço. Em algumas situações, as pessoas podem confundir os sinais da doença com gripe forte. Ao final da internação dos dois pacientes, os quadros se agravaram: o empresário chegou a ficar em coma.

A infecção é ocasionada por fungos que se proliferam nas fezes dos pombos e também em ocos de árvore. Eles se espalham pelo ar e o risco maior está em ambientes fechados, onde esses animais se abrigam. Após ser inalado pelas pessoas, o fungo se instala no pulmão e, depois, migra para o sistema nervoso central. (DOL).

Como ocorre a transmissão da criptococose?

Não existe transmissão inter-humana dessa micose, nem de animais ao homem. No entanto, indivíduos, ou seja, os seres humanos, estão expostos à doença por meio da inalação dos fungos causadores da criptococose.

Transmissão da criptococose

 

Como é feito o diagnóstico da criptococose?

O diagnóstico da criptococose é clínico e laboratorial. A confirmação laboratorial é feita com o uso de “tinta da China” (nanquim) – com evidências de criptococos visíveis em materiais clínicos. Trata-se do principal diagnóstico das meningites criptocócicas: exame do líquor-LCR.

O criptococo também pode ser isolado na urina ou no pus. A sorologia e a histopatologia também são consideradas na confirmação diagnóstica da criptococose. Como exame complementar, a tomografia computadorizada, ressonância magnética ou radiografia de tórax podem demonstrar danos pulmonares, presença de massa única ou nódulos múltiplos distintos (criptococomas).

Como é feito o tratamento da criptococose?

A escolha terapêutica para o tratamento dependerá da forma clínica de cada paciente. Os medicamentos antifúngicos para o tratamento da doença estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) e são oferecidos gratuitamente. Todo o tratamento e suporte necessários para cuidar da doença também são oferecidos de forma integral e gratuita pela rede pública de saúde.

No caso de infecções, não há necessidade de isolamento dos doentes. As medidas de desinfecção de secreção devem ser as de uso hospitalar rotineiro. Os tratamentos são feitos mediante internação.

Qual a melhor forma de prevenir a criptococose?

Não existem medidas preventivas específicas. Entretanto, recomenda-se a utilização de equipamento de proteção individual, sobretudo de máscaras, na limpeza de galpões onde há criação de aves ou aglomerado de pombos.

Medidas de controle populacional de pombos devem ser implementadas, como, por exemplo, reduzir a disponibilidade de alimento, água e, principalmente, abrigos. Os locais com acúmulo de fezes desses animais devem ser umidificados para que os fungos possam ser removidos com segurança, assim como a sua dispersão por aerossóis.

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