Dr. Gilberto de Aquino, delegado da DIG de São Carlos. (Foto: Tiago da Mata / SCA) - Membros da facção criminosa PCC foram implacáveis com o pedreiro Frederico Luiz Cipriano, 37, o "Fred" e seu filho, o desempregado Pablo Gabriel Cipriano, 19, que foram julgados pelo chamado "tribunal do crime". Eles foram mortos por não pagarem suas dívidas referente a drogas avaliada em aproximadamente R$ 800,00.
Fred e Pablo chegaram a pedir o prazo de uma semana para quitar a dívida e no dia 11 de agosto chegaram a pagar o valor de R$ 150,00 para tentar retardar suas execuções pelo crime organizado, porém foi em vão.
Após as mortes, a equipe do delegado Gilberto de Aquino, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São Carlos realizou um amplo levantamento sobre os bárbaros crimes e sobre todas as informações para identificar os autores do duplo homicídio.
Com base em informações anônimas a Polícia Civil descobriu que o presidiário Francisco Evangelista dos Santos, o "BL", ao deixar a Penitenciária de Bauru em saída temporária para o Dia dos Pais, havia recebido um "salve", do PCC e a ordem seria cobrar em São Carlos viciados em drogas que não estariam cumprindo suas obrigações junto ao estatuto da facção. Descobriu-se que o ex-presidiário Almir Cabral dos Santos, vulgo "Zona Sul", morador na zona sul da capital paulista, teria cumprido pena na Penitenciária Estadual de Casa Branca e após ordens da facção, seguiu para zona sul de São Carlos, onde teria sido empossado como "disciplina do bairro Aracy" (pessoa que fiscaliza traficantes de drogas, viciados e ladrões).
Durante as investigações os policiais apuraram que na tarde do dia 18 de agosto, por volta das 15 horas, "Zona Sul", acompanhado de "BL" seguiram em um Gol, prata, com placas de São Carlos, até um churrasco no bairro Cidade Aracy II e na sequência foram até a rua 43, no mesmo bairro, onde arrebataram o desempregado Pablo Gabriel Cipriano, 19, que foi levado no veículo para o final da rua Tetracampeonato, também no bairro Cidade Aracy II, onde próximo as margens de um córrego que dá acesso ao bairro Água Fria, foi realizado o chamado "tribunal do crime" com a participação de outros integrantes da facção por telefone. Francisco Evangelista Dos Santos, o "BL", sacou do revólver e desferiu quatro tiros contra o jovem, sendo que três deles falharam, porém o quarto atingiu sua cabeça provocando a sua morte instantânea. Após a execução sumária o cadáver de Pablo, foi jogado pela dupla no córrego.
Ainda no final da tarde do dia 18 de agosto, Francisco e Almir encerraram o churrasco e novamente seguiram para rua 43, onde apanharam o pedreiro Frederico Luiz Cipriano, 37, o "Fred", pai de Pablo, que também foi colocado no Gol e levado para uma mata na estrada de terra que liga Brotas a São Carlos . Próximo ao rio Jacaré-Açu iniciaram o segundo "tribunal do crime". No momento em que "Fred" pensou em falar algo, recebeu uma coronhada na cabeça desferida por "BL" e ao cair "Zona Sul" apanhou um revólver calibre 38 e o executou com quatro tiros. Na seqüência "Zona Sul" ainda com os pés empurrou o corpo da ponte que caiu no rio e foi levado pelas águas. Uma semana após, na tarde do dia 24, uma pessoa que estaria preparando um churrasco com amigos em uma chácara a beira do rio Jacaré-Açu encontrou o corpo enroscado em uma pedra e chamou a polícia.
Pouco depois dos crimes os investigadores acabaram encontrando e apreendendo o Gol, que foi usado para levar as vítimas até o local em que foram executadas.
Após identificar os autores do duplo homicídio, o delegado Gilberto de Aquino representou junto à Justiça Criminal pela decretação das prisões temporárias da dupla que foram deferidas, porém sabendo que a DIG já teria provas suficientes para incriminá-los, os dois integrantes da facção criminosa fugiram para represa do Broa, onde foram abrigados por comparsas e posteriormente desapareceram desta região.
