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QUALIDADE VIDA: Bursite Trocantérica (dor no quadril).

31 Jan 2018 - 02h44Por (*) Paulo Rogério Gianlorenço
Foto: Divulgação - Foto: Divulgação -

A bursite trocantérica é causa comum de dor na região do quadril, afetando principalmente corredores.

O nome bursite vem de bursa (do latim pequena bolsa), que são estruturas com a função de diminuir o atrito entre os tendões e músculos sobre proeminências ósseas. Existem no mínimo 13 bursas no quadril, mas as de interesse de estudo são a trocantérica, a iliopectínea e a isquioglútea, a trocantérica situa-se entre as inserções do glúteo médio e mínimo.

bursite trocantérica é uma patologia que aparece na bursa trocantérica, a bursa é uma pequena bolsa ou tecido localizado na região proximal do fêmur, e é saliente lateralmente ao quadril. A região do quadril é formada por várias destas bursas, que podem inflamar e gerar dor, se você conhece alguém que apresentou problema de bursite, se está com bursite ou quer apenas aprender um pouco sobre a bursite trocantérica fique por aqui, vamos explicar um pouco dessa doença, mostrar como aparece e claro, falar sobre o tratamento.

bursite trocantérica é o segundo tipo de dor mais freqüente nessa região do quadril, sendo a mais freqüente a osteoartrite. Esse problema aparece muitas vezes em atletas, principalmente corredores, o caso é bem comum em pessoas que praticam corrida, por isso se você prática essa atividade é bom ficar de olho e ter atenção, a bursite trocantérica é uma inflamação nos músculos laterais do quadril, é causada geralmente por microtraumas repetitivos de contato.

Como já foi dito, existem quatro ou mais bursas, que são inervadas, assim, se esses nervos são irritados ou sofrem compressão, podem resultar em dor.

As bursas trocantéricas não são as únicas na região do quadril, também existem as bursas isquiática e do músculo iliopsoas, que também causam dor, porém, estas são bem menos freqüentes que a bursite trocantérica.

Mesmo assim é bom ficar de olho e ter atenção no tratamento, pois tratar a bursite errada pode só prejudicar ainda mais o problema que vai demorar mais tempo para se tratado e melhorar. Fique de olho e encontre um médico de confiança que peça exames para fazer um diagnóstico correto.

Ela é causada na maioria das vezes por movimentos exagerados e repetitivos dos tendões e fáscias musculares deslizando sobre o trocânter maior, é o que acontece na maioria das vezes com os atletas corredores. A pressão exercida diretamente nos tendões pode causar o problema ou até piorar os sintomas, quando acontece a inflamação da bursa, ela acaba perdendo a sua função de deslizar e suas paredes engrossam, piorando ainda mais os movimentos.

bursite trocantérica surge com os treinos exagerados, muitos atletas apresentam esse problema, pois forçam muitos nos treinos e não descansam o tempo necessário para o corpo se recuperar. Muitas vezes as pessoas que apresentam esse problema também têm outros problemas e condições que favorecem a doença como a diferenças no comprimento entre as pernas (dismetria de membros), doenças na coluna lombar, patologias da articulação sacroilíaca (como a sacroileíteou osteoartrite), entorse do tornozelo e artrose do joelho.

Segundo estudos, essas anormalidades citadas podem alterar a marcha e com isso deixar, por exemplo, a corrida errada e irritar a bursa. Mas existem outras causas também da bursite trocantérica e essas não tem relação nenhuma com anormalidades.

Se você já sofreu traumas na região do quadril a chance de ter uma bursite é maior, pois ela é uma causa, outra causa muito comum é a obesidade por isso é importante que você fique de olho no seu peso, a obesidade pode causar tantos problemas que é sempre mais fácil vigiar o peso que lidar com os problemas que podem aparecer. Outros problemas são, Uso de tênis inadequado, Aumento abrupto da carga de treinamento de corrida, Fricção por esforço repetitivo, Falta de alongamento, Erros posturais permanentes.

Independente da bursa afetada, os sintomas são os mesmos. Em geral o paciente vai sentir dor na lateral do quadril e também na coxa, pode sentir dificuldade para fazer exercícios e até caminhar, exercícios como corrida será praticamente impossível, pois a pressão exercida diretamente sobre a bursa só vai aumentar a dor.

O indivíduo com bursite trocantérica também vai sentir dificuldade para deitar sobre o lado afetado. No geral as dores começam lentas, mas com o tempo e sem tratamento elas podem passar a ser crônicas.

Outros sintomas freqüentes são: dor ao movimentar a perna em rotação, dor ao levantar a perna para subir escadas, estalidos ao movimentar, fisgadas no glúteo e dificuldade para andar sem mancar.

Esses são os principais sintomas que no geral envolvem dor, por causa da dor o paciente fica impossibilitado de fazer muitas coisas como subir escadas, por exemplo. Se você está sentindo essa dor e incomodado na hora de se movimentar, sentar, deitar ou fazer qualquer um dos movimentos citados aqui, que procurasse um médico.

O médico irá analisar a sua situação e descobrir o que está causando as dores, se é realmente bursite trocantérica ou outra coisa. Se você é atleta e tem costume de praticar exercícios como corrida não deixe de contar ao médico, esse tipo de exercício é um dos principais causadores da bursite trocantérica e informar isso ao médico é importante até mesmo para facilitar o diagnóstico. Muitas vezes podem ocorrer dores secundárias, como a dor miofascial.

Quando você chegar ao médico e informar o problema e contar à dor que está sentindo, o profissional vai pedir alguns exames para realizar um diagnóstico preciso. Geralmente o médico vai pedir radiografias do quadril e da coluna para excluir qualquer outra patologia.

Se necessário, poderá solicitar outros exames de imagem, como ultrassonografia do quadril, tomografia computadorizada e algumas vezes até ressonância magnética. Todos esses exames são necessários para auxiliar no diagnóstico e descartar outras doenças.

Assim que o diagnóstico de bursite trocantérica for realizado, começa o tratamento que no geral não é cirúrgico. Muitas vezes apenas o uso de medicamentos e fisioterapia já é suficiente, mas precisamos informar que a cura definitiva da bursite é difícil de ser alcançada em alguns pacientes e por isso você precisa ter paciência, em todo caso, se não houver melhora a cirurgia é uma opção.   

A Fisioterapia também será necessária e muitas vezes são aliadas com o tratamento de medicamentos, o tempo de fisioterapia vai depender do seu caso, se o problema é simples será mais fácil e rápido tratar,  importante falar também que quanto mais rápido você descobrir o problema melhor, por isso se sentiu alguma dor procure um médico. Outro tratamento comum nesse problema é o uso de ultrassonografia terapêutica, com o uso de ondas mecânicas produzindo calor profundo no tecido, para diminuir a inflamação local, outra modalidade é a estimulação elétrica percutânea conhecida como TENS  terapias por ondas de choque também pode ser indicado para casos refratários.

Para aliviar o problema, antes mesmo de procurar um médico o paciente pode tomar algumas providências, principalmente se a dor é intensa. Uma delas é aplicar gelo no local, isso vai aliviar bastante a dor e incomodo, ao ajudar a diminuir a inflamação, evitar escadas, interromper as atividades físicas e usar muletas ou bengalas para ajudar na caminhada também são opções que o paciente tem para amenizar o problema.

 

Se depois de feito o tratamento indicado pelo médico não acontecer melhora talvez o tratamento cirúrgico é necessário. A cirurgia envolve a retirada da bursa inflamadae algumas vezes também fazem a liberação de tecidos causando pressão sobre a bursa trocantérica.

Eles avaliam os tendões abdutores e se existe rupturas para reparar tudo, a cirurgia não é complicada e você vai se recuperar rapidamente, principalmente se for feita uma cirurgia por videoartroscopia. Tome todos os cuidados necessários depois da cirurgia e só volte a praticar exercícios depois da autorização do seu médico.

bursite trocantérica causa bastante dor e impossibilita o paciente de fazer muitas coisas, mas se o tratamento é feito corretamente o problema é solucionado e o paciente volta a ter uma vida normal. Procure seu médico especialista para o auxílio do diagnóstico e tratamento.

(*) O Autor é graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista Crefito-3/243875-f Especialista em Fisioterapia Geriátrica pela Universidade de São Carlos e Ortopedia. Atua em São Carlos. Dúvidas e Sugestões: paulinhok10@hotmail.com / Facebook Paulinho Rogério Gianlorenço.

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