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Região

Prefeitura e hospitais dão versões diferentes sobre morte na UPA em Araraquara

29 Set 2014 - 08h57Por araraquara.com
Na quarta-feira, 14 pacientes aguardavam transferência para UTI; falta de leitos é um dos grandes problemas da Saúde da cidade (Deivide Leme/Tribuna Impressa) - Na quarta-feira, 14 pacientes aguardavam transferência para UTI; falta de leitos é um dos grandes problemas da Saúde da cidade (Deivide Leme/Tribuna Impressa) -

Cabe à polícia, agora, descobrir quem está falando a verdade no caso da morte do motorista Antonio Roberto Prates, de 58 anos, na UPA Central, na noite de quinta-feira (25). O paciente esperou, em vão, 34 horas por uma internação em hospital.

Secretaria de Saúde, Santa Casa e Heab (Hospital Estadual de Américo Brasiliense) não falam a mesma língua e dão versões diferentes para o que pode ter ocorrido. Antonio deu entrada na UPA na manhã de quarta-feira, às 9h47. Segundo o prontuário médico, o homem, fumante, apresentava pneumonia.

A Prefeitura informa que pediu vaga em um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Heab por três vezes, todas por fax. Os registros dos comunicados foram enviados à Tribuna, mas, por serem “documentos internos”, não podem ser publicados.

De acordo com o Executivo, os pedidos foram negados por falta de leitos. Mas a assessoria de imprensa do hospital estadual, por sua vez, diz que nenhum pedido foi feito. A família de Antonio diz que até conseguiu um leito de UTI em Américo Brasiliense no final da tarde de anteontem, por intermédio de um vereador, mas o paciente morreu antes de ser encaminhado. O hospital nega essa informação.

Segundo a Prefeitura, a Santa Casa também foi procurada, por telefone, às 13h38 de quinta-feira, mas faltava leito, respirador e monitor. Para a assessoria do hospital, esse contato telefônico não existiu. “Há um médico da Santa Casa com este nome, mas ele não deu plantão esta semana”, diz a nota enviada pelo hospital.

O coordenador das UPAs, César Esteves, diz que a Santa Casa não quer documentar os pedidos e pede para serem feitos por telefone. “A gente fica de mãos amarradas. Como provo que liguei?”, pergunta. O hospital diz que, desde ontem à tarde, todas as solicitações foram feitas por fax.

Polícia

A mãe de Antonio, de 81 anos, registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil horas depois da morte. Ontem, a Tribuna foi até a casa da família, que, ainda comovida, preferiu não se pronunciar. 

Vagas

O novo secretário de Saúde, Hilton Toloi, diz que cinco novos leitos devem ser aprovados pela Secretaria Estadual de Saúde nas próximas semanas, elevando o número de 12 para 17. Sobre as transferências da UPA aos hospitais, Toloi promete reformulações.  

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