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Menina de 18 anos confirma abuso coletivo e nega apoio às investigações da DDM

26 Jul 2016 - 08h31
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O caso que movimentou a polícia neste fim de semana teve novos desdobramentos nesta segunda-feira na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), em Araraquara. Em depoimento, a jovem de 18 anos confirmou ter sido abusada sexualmente por três homens, negou ter sido ameaçada e conhecer os autores, e não deu detalhes que possam ajudar com as investigações. O caso segue sendo investigado como estupro. O Araraquara Já foi atrás da jovem e a encontrou no bairro onde mora, mas ela não quis conversar sobre o caso.

Jovem de 19 anos é vitima de estupro coletivo em Araraquara

A versão apresentada pela jovem ainda apresenta dúvidas para a polícia. Inicialmente, ela teria dito para uma amiga que estava em um ponto de ônibus no Jardim Cambuy, quando foi abordada por cinco homens em um Honda Civic, prata. Nesta segunda, contou que tinha saído de uma festa familiar no Jardim Botânico, mas não deu o endereço. A menina, no entanto, segundo a delegada Meirelene de Castro, da DDM, não explica se os autores a ameaçaram.

A cada dia que passa fica mais difícil esclarecer o caso, diz a delegada. Foto: Claudio DiasA cada dia que passa fica mais difícil esclarecer o caso, diz a delegada. Foto: Claudio Dias

"Ela também não quis responder se conhecia, ou não os autores. Ela conta ter ficado no banco traseiro e descreveu dois deles", explica a delegada alegando ter tido dificuldades em colher o depoimento da vítima. O abuso, na versão da menina, inicialmente foi em um canavial. Depois, em um matagal. A delegada acredita que o local possa ser a Chácara Flora, mas a jovem se negou a mostrar onde foi abordada e deixada pelos acusados.

Ela afirmou, ainda, ter levado tapas no rosto e sido violentada sem qualquer uso de preservativo. Disse também ter sido abusada até mesmo com um pedaço de cana. Ela mora no novo conjunto habitacional Anunciata Barbieri, na região do Jardim Roberto Selmi Dei, mas saiu da região do Botânico até a casa uma amiga no Jardim Adalberto Roxo. Primeiro, disse ter ido de ônibus. Depois, a pé.

Foi essa amiga que lhe deu um calmante e a encaminhou à Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Lá, a transferiram para a Gota de Leite. Ao contrário da versão apresentada pela Polícia Militar (PM) no fim de semana, a jovem não ficou internada. Ela foi medicada e liberada. O laudo preliminar feito na Gota não constatou nenhuma lesão. A delegada pediu que menina passe no Instituto Médico Legal (IML). Ela, no entanto, por ora, se recusou.

A titular da DDM explica que a investigação do caso segue como estupro. "Vamos procurar ouvi-la novamente daqui uns dias para tentar mais informações. A cada dia que passa fica mais difícil esclarecer ou pegar alguma imagem de câmera de segurança que possa indicar alguma pista", destaca Meirelene de Castro enfatizando que a jovem nega ter sido ameaçada de morte pelos autores.

Esse é o 14º estupro registrado em Araraquara somente neste ano, de acordo com dados divulgados até maio pela Secretaria de Segurança Pública. Um caso a cada dez dias. Em todo o ano passado, foram 55 mulheres vítimas violência somente na cidade. No Estado já foram 3.925 casos de estupro nesses cinco primeiros meses de 2016. E 9.265 em todo o Estado de São Paulo, em 2015.

O Código Penal protege a dignidade sexual e divide as vítimas entre maiores de 14 anos e menores de 14 (vulneráveis), entre outras situações. Qualquer pessoa, homem ou mulher pode ser punido. O crime se configura se o autor constranger (forçar) a vítima, seja mediante violência (força física) ou grave ameaça (violência moral). A pena vai de 6 a 10 anos de reclusão. (Araraquaraja.com).

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