sábado, 20 de abril de 2024
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Ignácio de Loyola Brandão lança novo livro no Museu Ferroviário em Araraquara

21 Out 2011 - 10h44
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"A Morena da Estação", novo livro de Ignácio de Loyola Brandão, será lançado no Museu Ferroviário Francisco Aureliano de Araújo, em Araraquara, no próximo dia 28 de outubro, sexta-feira, às 19 horas. No evento, que tem apoio da Prefeitura de Araraquara - por meio da Secretaria Municipal da Cultura e Fundart - Ignácio autografa "A Morena da Estação" e conversa com seus leitores. A entrada é franca.

Filho de uma família de ferroviários, Ignácio de Loyola Brandão cresceu entre vagões e locomotivas. Em cada crônica de "A Morena da Estação" - publicado pela Editora Moderna - o autor adota um tom diverso, oscilando entre um narrador mais envolvido, mais distanciado ou um cronista reflexivo.

As estações abandonadas dos dias de hoje ainda evocam a memória dos antigos funcionários da ferrovia: histórias de vitórias e derrotas, por vezes cômicas, por vezes trágicas.

Os mais valentes conseguiam saltar para dentro do trem com ele ainda em movimento e, corajosamente, guardar um lugar confortável para si e para os seus.

Os menos ágeis quase se esborrachavam ao ultrapassar a distância entre a escada do vagão e a plataforma; os funcionários da estação só ajudavam as mulheres e no máximo, os idosos a descer - os gordos precisavam se virar sozinhos. Havia quem trouxesse lanches e salgados de casa; havia quem preferisse pedir no restaurante - mais caro, porém mais digno.

Os trens da vida real evocavam a magia dos trens de cinema - também em terras tropicais era possível se apaixonar por um belo rosto, embora as mulheres da linha Paulista não andassem cobertas de jóias como as lendárias damas do Expresso Oriente.

Houve um homem que passou anos e anos indo todas as noites a uma estação na esperança de restituir a mala perdida de uma bela desconhecida de perfume inesquecível. Diz-se que uma locomotiva desapareceu como que por encanto ao passar em alta velocidade por um túnel. Verdade e ficção se misturam nesses relatos de memória em que os fatos importam apenas na medida em que suscitam evocações.

Durante toda a obra, a riqueza de modos de vida e de construções imaginárias ligadas aos trens aparece sob novo ângulo; há um contraponto permanente entre locomotivas fervilhantes e plataformas lotadas do passado e estações abandonadas ou restauradas do presente.

Loyola dá voz às esperanças dos ferroviários que se reúnem para rememorar os velhos bons tempos: será que haverá o dia em que os trens vão voltar?

O autor - Nascido em Araraquara, em julho de 1936, Ignácio ganhou este nome por causa de santo Ignácio de Loyola (fundador da Companhia de Jesus, os jesuítas), pois era costume colocar nos filhos o nome do santo do dia. Fez o curso primário (Fundamental, hoje), o secundário (Médio) e o pré-vestibular. Não frequentou faculdade, precisava trabalhar e estudar. Compensou com esforço próprio, lendo, estudando e viajando. Iniciou sua carreira produzindo contos e um romance, e não parou mais desde 1965. Foi jornalista a vida inteira, e ainda hoje faz crônicas para o jornal O Estado de S. Paulo a cada quinze dias. Com o livro infantil O Menino que Vendia Palavras ganhou o Prêmio Jabuti como Melhor Ficção de 2008.

SERVIÇO:

Lançamento do livro "A Morena da Estação" de Ignácio de Loyola Brandão

Local: Museu Ferroviário Francisco Aureliano de Araújo (Av. Antônio Prado s/n - Centro - Araraquara)

Data: Sexta-feira (28/10)

Horário: 19 horas

Entrada franca

Apoio: Prefeitura de Araraquara (Secretaria municipal da Cultura e Fundart)

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