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quinta, 15 de maio de 2025
Itirapina

Após crise das piranhas, Broa volta a receber grande quantidade de turistas

No Feriadão entre 18 e 21 de abril, quando houve grande frequência de turistas na represa também não houve ataques dos peixes carnívoros

28 Abr 2025 - 14h07Por Marco Rogério/Redação SCA
A Represa do Broa: De acordo com técnicos e biólogos, o aumento pontual na presença das piranhas esteve relacionado ao período da piracema, fenômeno natural em que os peixes se concentram para reprodução - Crédito: DivulgaçãoA Represa do Broa: De acordo com técnicos e biólogos, o aumento pontual na presença das piranhas esteve relacionado ao período da piracema, fenômeno natural em que os peixes se concentram para reprodução - Crédito: Divulgação
Depois da crise causada pelos ataques de piranhas em janeiro e fevereiro deste ano, a Represa do Broa, mais conhecida como Broa, voltou a ser frequentada normalmente pelos banhistas nas últimas semanas. Após a realização do Itira-Pira no dia 22 de março, quando foram pescados 57 piranhas, não houve mais registros de ataques dos peixes carnívoros. No Feriadão entre 18 e 21 de abril, quando houve grande frequência de turistas na represa também não houve qualquer problema. 
 
Os ataques de piranhas começaram quando cinco adultos e uma criança foram atacados nos dias 25 e 26 de janeiros. Todas as vítimas foram identificadas como turistas. Os banhistas foram socorridos por meios próprios, porém, apenas dois deles foram encaminhados para o Hospital São José. Depois mais sete banhistas foram mordidos pelos peixes. 
 
O acesso de banhistas na Represa de Broa foi proibido temporariamente e liberado no carnaval, que neste ano foi comemorado no início de março. Um decreto abrangendo as áreas de entrada dos banhistas e toda a extensão da área de banho foi assinado pela prefeita Dona Graça Zucchi Moraes(PSD) proibindo o acesso à represa. 
 
Em fevereiro, o professor doutor da UNESP de Botucatu, Vidal Haddad Junior, visitou o Broa e abordou a questão dos ataques de piranhas. Ele destacou que, embora as piranhas sejam nativas da região Sudeste, não haveria motivos para pânico entre os banhistas, que em breve poderiam acessar a represa novamente.
 
Dr. Haddad elogiou as medidas já tomadas pela prefeita e recomendou a instalação de redes para afastar as piranhas e seus ovos para o centro da lagoa, evitando que os ovos cheguem às margens. “Tudo o que foi feito até agora foi cuidadoso. O decreto foi correto, pois não temos precisão sobre o nascimento dos peixes,” afirmou.
 
O especialista também explicou que os ataques de piranhas são comuns em todo o Brasil, especialmente em áreas represadas utilizadas para lazer. Ele ressaltou que, ao contrário do que muitos pensam, os ataques não são realizados por cardumes inteiros e há um exagero na percepção sobre esses animais. “As mordidas são geralmente de peixes isolados defendendo seus ovos, que estão localizados nas raízes das plantas aquáticas, como os aguapés,” explicou.
 
Haddad compartilhou sua experiência anterior em resolver problemas semelhantes em municípios como Iacanga, Rancharia, Pereira Barreto, Santa Fé do Sul e Santa Cruz da Conceição, onde houve um pico de aproximadamente 300 ataques em anos anteriores. “Na Região Sudeste, é raro ver cardumes de piranhas atacando. Cada mordida que uma pessoa recebe é uma advertência,” destacou.
 
O médico biólogo também enfatizou que a situação atual não era grave e que o número de casos de ataques em Itirapina é muito baixo. Ele ainda mencionou que fatores climáticos podem influenciar o comportamento dos peixes. 
 
OUTRO LADO - A Prefeitura de Itirapina, por meio da Secretaria de Turismo e Meio Ambiente, informa que o uso recreativo da Represa do Broa está oficialmente liberado para banho, conforme estabelece o Decreto Municipal nº 4.283.
A decisão foi tomada após uma série de ações de monitoramento e medidas preventivas adotadas em relação à presença de piranhas na represa, registrada no início de 2025. Durante o Campeonato de Pesca realizado recentemente, com a participação de mais de 300 pescadores, foram capturados apenas 51 exemplares de piranhas, número considerado baixo pelos especialistas, especialmente em comparação ao volume da represa e à quantidade de participantes.
 
De acordo com técnicos e biólogos que acompanharam o caso, o aumento pontual na presença das piranhas esteve relacionado ao período da piracema, fenômeno natural em que os peixes se concentram para reprodução. Com o fim desse ciclo e a realização do torneio, que teve caráter de controle populacional, os riscos foram significativamente reduzidos.
O monitoramento continuará sendo realizado regularmente para garantir a segurança da população, dos visitantes e a preservação do ecossistema local.
 
A Prefeitura segue comprometida com a segurança ambiental e o turismo responsável, e convida todos a aproveitarem o Broa com consciência e respeito à natureza.

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