
A Câmara Municipal de São Carlos deve votar, em agosto, após o recesso parlamentar, o projeto de lei do vereador e líder da bancada de situação, Gustavo Pozzi (PP), que cria a “Semana Pinhal”. O texto, segundo Pozzi, deve definir a realização da Semana para o mês de agosto, quando faleceu Antonio Carlos de Arruda Botelho, o “Conde do Pinhal”, que foi empresário e político.
O anúncio do projeto de Pozzi foi feito logo após a pichação de vários imóveis de São Carlos, incluindo a estátua do Conde do Pinhal, pelo estudante de pós-graduação da UNICAMP, Nickolas Peixoto Botta, como uma forma de reação ao contexto histórico. O ato gerou repercussão imediata, pois ocorreu ao mesmo tempo em que a Câmara discutia e aprovava um projeto de lei que proíbe homenagens a personagens escravagistas. O Conde do Pinhal foi proprietário de centenas de escravos.
Após negociações com a comunidade negra de São Carlos, Pozzi revisou seu projeto de lei e alterou o nome da Semana de “Conde do Pinhal” para “Pinhal”, nome que remete à antiga denominação do município, dada a grande quantidade de araucárias que existiam em São Carlos.
A vereadora Larissa Camargo (PC do B), única mulher negra eleita em toda a história da cidade, confirma que houve diálogo entre Pozzi e o movimento negro. “A comunidade negra fez alguns apontamentos. Acreditamos que ele os acolheu e agora deve apresentar o texto final do Projeto de Lei. Estamos aguardando a iniciativa do vereador. Agora tudo depende dele, da aprovação na Casa de Leis e da promulgação pelo prefeito Netto Donato (PP)”, destaca ela.
DEBATE – A Semana, depois de aprovada, deve promover debates e palestras sobre a história de São Carlos, discutindo passado, presente e futuro. Segundo Pozzi, pelo cronograma do ano legislativo, a “Semana Pinhal” deve ser realizada a partir de 2026. “Este ano já não daria tempo de organizarmos a realização. Acredito que, a partir do ano que vem, realizaremos um ótimo evento”, conclui.

