terça, 23 de abril de 2024
Caso de polícia

Estagiária acusa assessor de vereador de assédio sexual; ele alega ser vítima de calúnia

21 Dez 2019 - 07h09Por Redação São Carlos Agora
Giuliano Leonardo Ferreira gravou vídeo na frente do 3º Distrito Policial rebatendo as acusações - Crédito: ReproduçãoGiuliano Leonardo Ferreira gravou vídeo na frente do 3º Distrito Policial rebatendo as acusações - Crédito: Reprodução

Uma estagiária de 18 anos registrou um Boletim de Ocorrência, na Delegacia da Defesa da Mulher, acusando um assessor parlamentar do vereador Moises Lazarine (DEM) de importunação sexual. O assessor, que também é pastor evangélico, registrou um B. O. rebatendo a acusação, alegando ser vítima de calúnia. A pedido do vereador, uma portaria do presidente da Câmara Municipal, Lucão Fernandes (MDB), foi publicada nesta sexta-feira (20) exonerando o assessor.

No boletim de ocorrência, a estagiária afirmou que durante o período de janeiro a novembro o assessor agia de maneira maliciosa e a primeira importunação sexual aconteceu quando a vítima estava imprimindo uma folha. Ela disse que Giuliano Ferreira se aproximou dela quase encostando no seu corpo, mas ela foi rápida e virou-se rapidamente, repreendendo-o.

A estudante disse que contou o ocorrido para o vereador e ele falou para ela rever as roupas que usava, pediu também para ela orar. No boletim, ela afirmou que as roupas que usava eram discretas, sendo camisetas sem decote e que o uso de roupa não era motivo para instigar a mente do assessor em manter com ela qualquer relação sexual.

Posteriormente, a estagiária disse no B. O. que o assessor passou a desferir tapas no braço dela, alegando ser brincadeira e que ela sempre pedia a ele não ter aquela atitude, falando que tinha a mão pesada e que era para dar tapa na esposa dele.

Ela contou que, certa vez, o autor estava conversando com um outro assessor do vereador, dizendo que haviam mulheres que gostavam de ser abusadas pelo tio ou pelo pai e que, na hora do sexo, gostavam de chamar o cara de pai ou de tio, deixando-a completamente constrangida com um assunto sexualizado.

No dia 21 de outubro, de acordo com a estudante, o vereador Moises Lazarine estava em Brasília (DF), quando pediu que ela buscasse um cartão de memória no serviço da esposa dele. Como não havia carro da Câmara Municipal com motorista disponível, o assessor se comprometeu a leva-la e, no trajeto, colocou a mão em sua coxa. A estudante, não querendo nenhuma relação, retirou a mão dele de sua perna.

Percebendo que ela não queria nada, ele não a tocou mais, mas também não pediu desculpas pela sua atitude, relatou ela em um trecho.

A estudante falou que contou os fatos a seus pais, que moram no Mato Grosso, onde o pai telefonou para o vereador o questionando, dizendo que queria uma reunião, já que ele é vereador eleito pela igreja.

No dia seguinte a esta ligação, a estudante relata que Moisés telefonou para ela dizendo que era para ela tomar cuidado para que “isso não vire o caso do Neymar”, já que ela não tinha prova nenhuma das acusações.

A advogada Mariana Veiga Sepulchro Lacerda, que representa Giuliano Ferreira, afirmou que as acusações contra seu cliente são falsas e que está tomando medidas legais. Ferreira, junto da advogada, registrou um B. O. nesta sexta-feira, no 3º Distrito Policial, alegando ser vítima de crime de calúnia em razão da falsa imputação de crime a sua pessoa.

“Diante de comunicação recente envolvendo o Sr. Giuliano Leonardo Ferreira, e das falsas acusações que objetivam de forma leviana atacar sua honra, sua família e seu ministério pastoral, de que teria cometido crime dentro da Câmara Municipal, declara que está tomando as medidas legais cabíveis, que aguarda o desenrolar das investigações que certamente comprovarão sua inocência e sua conduta ilibada”, sustentou a advogada.

Lacerda declarou que “contrariamente as acusações que vem sofrendo, Giuliano possui provas concretas e testemunhas íntegras a fim de desmantelar as mentiras narradas via o processo criminal adequado. Sendo assim, aguarda e confia que a justiça se incumbirá da busca pela verdade e esclarecimentos dos fatos”.

Um boletim de ocorrência de importunação sexual foi registrado e o caso segue sendo investigado.

Com a palavra vereador Moisés Lazarine

O vereador Moisés Lazarine emitiu uma nota na noite desta sexta-feira:

“Venho por meio deste informar que os motivos que levaram o desligamento do meu ex-assessor Giuliano Ferreira e da ex-estagiária dos quadros de funcionários do meu gabinete, que ambos bem desempenhavam, foram por motivos pessoais dos dois a serem judicialmente esclarecidos, tanto a denúncia de Importunação, assim como a denúncia de calúnia, os dois casos ambos correm em segredo de Justiça, cada um em suas respectivas Delegacias.

Em todos os momentos que estive presente pessoalmente no gabinete com eles, considerando que a maior parte do tempo passo em trabalhos externos do gabinete, nunca presenciei nada que os desabonassem. O ambiente do gabinete sempre foi de respeito mútuo e trabalho. Tão logo que fui procurado pela estagiária e suas alegações me dispus a resolver o caso e até propus sentar todos juntos para dialogar e resolver o problema, o que a estagiária decidiu não fazer naquele primeiro momento, então solicitei provas ou algo que me ajudasse a elucidar o caso, o que até o presente momento não recebi, em outras duas oportunidades posteriores questionei a mesma se tudo tinha se resolvido, a mesma por no mínimo duas ocasiões me sinalizou que estava tudo bem, o que me levou a entender que o caso tinha sido resolvido”.

“Reafirmando meu compromisso com a verdade e o trabalho sério que sempre desenvolvi em prol da população de São Carlos em meu gabinete, no início deste meu primeiro mandato como vereador, precisei realizar uma outra exoneração de uma ex-assessora, que por interesses próprios me boicotava internamente, se valendo do cargo que ocupava para me "carteirar" e se autopromover, usando toda estrutura do gabinete por todo período que atuou na função de assessoria. Neste caso agora, resolvi também fazer o desligamento dos dois envolvidos neste novo caso para que tudo seja judicialmente esclarecido, para que assim, ambos possam fazer suas próprias defesas e apresentem as devidas provas perante a Justiça para serem analisadas.

Desejo que o quanto antes a Justiça seja feita e tudo se resolva da melhor forma possível”.

Após o caso ganhar repercussão, pastor postou vídeo rebatendo as acusações. Veja:

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