quinta, 25 de abril de 2024
Política

Coordenador da Lava Jato diz que Lula foi "grande general" de esquema de corrupção na Petrobras

14 Set 2016 - 17h26Por Sérgio Spagnuolo/Reuters
Foto: José Cruz/Agência Brasil - Foto: José Cruz/Agência Brasil -

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o "grande general" do esquema de corrupção na Petrobras, disse nesta quarta-feira, 14, o coordenador da força-tarefa da operação Lava Jato, o procurador da República Deltan Dallagnol.

O procurador apresentou denúncia à Justiça contra Lula e mais sete pessoas, entre elas a ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva. O Ministério Público Federal (MPF) acusa Lula dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O procurador afirmou que o ex-presidente recebeu mais de 3,7 milhões de reais em propina no esquema de corrupção na estatal.

O procurador afirmou que Lula foi o responsável pela nomeação de diretores da Petrobras que atendiam as necessidades arrecadatórias de PT, PP e PMDB.

"Sem o poder de decisão de Lula esse esquema seria impossível", disse Dallagnol em entrevista coletiva em Curitiba. "O Petrolão era parte de um esquema de governabilidade corrompida", acrescentou. "Lula era o elo comum e necessário entre o esquema partidário e o esquema de governo."

Em comunicado, os advogados de Lula disseram que a denúncia apresentada nesta quarta-feira contra o ex-presidente tem motivação política e visa impedir que Lula seja novamente candidato à Presidência em 2018.

A denúncia contra Lula envolve o suposto recebimento de propina pelo ex-presidente nos contratos firmados pela Petrobras para a construção das refinarias Repar, no Paraná, e Renest, em Pernambuco.

Aponta ainda que Lula é o proprietário oculto de um apartamento tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, e que teria recebido vantagens indevidas do ex-presidente da construtora OAS José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Leo Pinheiro, na forma de pagamento de reformas e aquisição de móveis e eletrodomésticos no imóvel. Lula nega ser dono do tríplex.

A denúncia será analisada pelo juiz Sérgio Moro, da 13a Vara Federal de Curitiba e responsável pelas ações da Lava Jato em primeira instância.

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