quarta, 24 de abril de 2024
Polícia

Socióloga tenta filmar "Leilão dos Bixos" e alega ter sido agredida em república

03 Mar 2015 - 08h18

Uma socióloga recém-formada de 31 anos compareceu no plantão policial na noite desta segunda-feira (3), pois teria sido agredida durante uma festa conhecida como “Leilão dos Bixos”, que ocorria em uma república na rua Francisco Maricondi, na Vila Marina.

A moça disse que faz parte de um grupo feminista da cidade e foi até a festa, pois havia informações que mulheres estavam sendo obrigadas a se expor em situações constrangedoras, como por exemplo, rebolar em um palco.

No intuito de registrar as cenas, a moça passou a filmar a ação das calouras e neste momento foi flagrada pelos demais participantes da festa e segundo ela, acabou sendo agredida.

Os estudantes também teriam tentado apanhar a máquina fotográfica da vítima, que conseguiu escapar e caminhou até a base do Samu, onde pediu ajuda. Ela sofreu apenas arranhões no braço e na delegacia registrou um boletim de ocorrência.

Ao São Carlos Agora, a socióloga informou que foi convidada através do Facebook e que na festa presenciou jovens subindo em um palco montado ao lado da piscina para fazer performances. “Para cada atributo da garota, os meninos davam uma nota, como se fosse um leilão”, disse a mulher que não quis se identificar. Outros rapazes pediam para as estudantes tirarem as roupas.

"Os calouros sobem em um "palco" e apresentam seus "dotes" por meio de performances que são orientadas pelo público aos gritos, mandando as calouras, por exemplo, a tirarem a roupa. Em um microfone narram as características da caloura, todas elas de cunho sexual, como, por exemplo, se é virgem e qual sua orientação sexual", detalhou a socióloga.

Sobre as agressões, a socióloga disse que além dos arranhões, sofreu hematomas pelo corpo e para fugir dos estudantes que a cercaram, precisou saltar de uma escada de cerca de dois metros de altura. "Em um dado momento me cercaram e me mandaram ir embora, quando me dirigi a porta, um dos organizadores da festa gritou "Pega ela! Não deixa ela sair!" e alguns rapazes foram pra cima de mim. Um me puxou pelo braço direito, há hematomas dos dedos; outro puxou minha bolsa a ponto de romper as alças no meu ombro, também deixando o hematoma, além de me empurrarem contra a parede. Para fugir deles, pulei uma altura de quase dois metros, da qual cai em pé. Ao chegar na porta da rua, havia um casal que ameaçou não deixar eu sair, quando eu disse que chamaria a polícia mudaram de ideia, enfim, eu consegui sair e corri para a sede do SAMU, que estava a uns 50m da república.Em seguida, comuniquei a polícia militar e fiz um BO na delegacia", explicou.

Um dos participantes da festa entrou em contato com a redação do SCA para contestar a informação prestada pela vítima. Segundo ele, a moça não havia sido convidada para a festa e “invadiu” a residência.

Segundo o universitário, no momento que ela foi repreendida por estar filmando a festa particular, acabou caindo de uma escada e se ferindo.

Um dos responsáveis pela festa explicou por e-mail que em nenhum momento a saída da socióloga foi impedida.  “Quando minha amiga e eu (o casal ao qual ela se refere na reportagem) estávamos chegando ao portão ela apareceu correndo e nós perguntamos o que tinha acontecido, ela levantou o braço esquerdo e disse “eles me bateram, vou chamar a polícia”. Minha amiga abriu o portão para ela e ficamos observando ela correr do local até a base do SAMU. Em nenhum momento, e que isso fique bem claro, alguém impediu a saída dela. Nós abrimos o portão (que estava destrancado e facilitou sua invasão) e apenas observamos seu percurso sem saber o que fazer, não foi necessária nenhuma ameaça por parte dela para termos feito isso. Além do mais, quando ela mostrou o braço não havia nenhum arranhão e nenhum hematoma”, explicou o universitário.

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