terça, 23 de abril de 2024
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Polícia Civil ouve vendedores que comercializaram equipamentos com falso médico em São Carlos

19 Mar 2015 - 09h02
Equipe do delegado Mauricio Dotta ouviu vendedores que comercializaram equipamentos com o falso médico. - Equipe do delegado Mauricio Dotta ouviu vendedores que comercializaram equipamentos com o falso médico. -

O 1º Distrito Policial continua investigando o falso médico que teria aplicado vários golpes contra empresas revendedoras de equipamentos oftalmológicos e ginecológicos. O crime teve início no segundo semestre de 2014.

HOSPITAL

O delegado Maurício Antônio Dotta e Silva que vem conduzindo as investigações disse na quarta-feira (18) que alguns representantes de empresas que venderam os equipamentos para o falso médico que usava o nome do preso Marcos Batista de Oliveira, 52, o "Marquinho" o reconheceram mesmo fora do Distrito Policial e apontaram o falso médico como sendo o empresário A.C.V., 45, que negou que se identificava como médico e que teria feito negócios no interior da Casa de Saúde e Maternidade São Carlos, porém a Polícia Civil já conseguiu imagens dele, adentrando com uma Hilux vazia e saindo do hospital com ela  abastecida com um dos equipamentos ainda nas caixas, cujo material pertencia a uma empresa da capital paulista. Marcelo, um dos vendedores ouvidos pela reportagem disse que o equipamento da empresa que representa pode estar sendo usado por um médico oftalmologista ou clínica que pode ter adquirido da quadrilha sem saber que o equipamento seja furtado.

CIDADES E ESTADOS

O delegado disse que ainda não foi computado o valor de todo o golpe, pois o material teria sido comercializado pelo bando nos Estados do Maranhão, Paraná, Minas Gerais e Brasília, onde outro integrante da quadrilha acabou confessando parte do crime e entregando um dos equipamentos que foi remetido a São Carlos. Maurício Dotta voltou a afirmar que o falso médico não teve contato com pacientes de hospitais em São Carlos e nunca teria receitado nada a ninguém. Segundo ele, A.C.V. apenas usava o nome de Marcos e outros nomes que ainda estão sendo investigados para dar golpes contra as empresas revendedoras de equipamentos médicos e hospitais, para ter acesso livre, pois há informações que ele teria entrada franqueada em outros hospitais e clínicas, sempre se passando por médico. Locais ainda investigados nas cidades de Leme, Rio Claro, Araraquara, São Carlos, entre outras teriam recebido a visita do empresário são-carlense que se passava por médico para comercializar os equipamentos.    

RECONHECIMENTO

Imagens de câmeras de segurança mostram acusado entrando na Casa de Saúde.Por volta das 10 horas de quarta-feira, acompanhado de um advogado, A.C.V. esteve na porta de entrada do prédio do 1º Distrito Policial, na vila Nery e percebendo que parte dos vendedores que teria feito negócios já o aguardavam para o reconhecimento pessoal resolveu desaparecer em um veículo e o advogado entrou no prédio informando ao delegado Maurício Dotta que não apresentaria seu cliente, pois além dos vendedores a imprensa estaria na porta do DP e simplesmente deixou o prédio e desapareceu. O delegado Maurício Dotta após ouvir todos os vendedores que confirmaram ter visto A.C.V., ou o falso médico na porta da delegacia e deixando as imediações do prédio em um veículo, teria representado junto à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que se tomasse as devidas providencias para que o advogado encaminhasse informações sobre seu cliente à Polícia Civil. O conselho de ética da OAB deverá apreciar a comunicação encaminhada ao órgão pelo delegado de polícia que deverá na próxima semana já com autorização judicial ouvir o preso Marcos Batista de Oliveira que segue recolhido na penitenciária de Araraquara. "Marquinho" deverá tentar explicar como seus documentos e seu nome teria sido envolvido na trama. Maurício Dotta acredita que neste crime o preso seria inocente e uma quadrilha pode estar por trás das informações do preso. Ele acredita que outras pessoas de São Carlos e região estariam envolvidas com a quadrilha que seria enorme e muito bem estruturada, porém não contava que a Polícia Civil em uma das células do bando.

Áudio: Vendedor Isaias disse que perdeu três equipamentos em São Carlos e Araraquara e acredita que aparelhos podem estar com médicos que não sabem do crime.

Áudio: vendedor Marcelo confirma que entregou um dos equipamentos de sua empresa para o falso médico na Casa de Saúde e afirma que existem mais pessoas de São Carlos envolvidas no crime

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