quinta, 25 de abril de 2024
Polícia

Motorista de ônibus é detido acusado de chamar guarda municipal de "macaco"

09 Nov 2017 - 13h35Por Redação
Motorista de ônibus é detido acusado de chamar guarda municipal de "macaco" -

O motorista da Suzantur, J.A.C., 51 anos, está sendo acusado de injúria racial. O fato aconteceu na manhã desta quinta-feira, 9, após um desentendimento entre guardas municipais na Avenida Sallum, na Vila Prado. Ele foi detido e encaminhado ao 3º e 5º DPs, onde foi autuado em flagrante.

No dia 20 deste mês, é comemorado o Dia Nacional da Consciência Negra e o São Carlos Agora apurou que a polêmica teve início na Avenida Sallum quando J.A.C. transitava com o veículo e ao chegar em um cruzamento onde há sinalização eletrônica ele teria parado o ônibus. À sua frente havia duas motos da Guarda Municipal.

O sinal abriu e teria ocorrido um possível desentendimento neste momento, quando o motorista teria buzinado e avançado para cima dos GMs com o coletivo. Os guardas permitiram que o ônibus avançasse, mas anotaram a placa do veículo e se dirigiram até a praça Antonio Prado e em contato com o fiscal da empresa de transporte coletivo urbano teriam narrado o ocorrido e aplicado multa relativa às infrações de trânsito.

Minutos depois o motorista teria chegado e, alterado, feito ofensas raciais a um dos GMs que é negro, chamando-o de "macaco", momento em que foi dada voz de prisão, sendo encaminhado até o distrito policial.

VERSÕES CONFLITANTES

O São Carlos Agora ouviu o chefe da Guarda Municipal, Michael Teruo Yabuki. Segundo ele, os Guardas Municipais tiveram o procedimento correto em toda a polêmica, desde a origem da Vila Prado. "Os GMs estavam com as motos esperando o sinal abrir. Foi feito todo um procedimento de segurança e os guardas informaram que o motorista teria avançado com o ônibus e eles deram passagem, mas anotaram a placa do carro para aplicar as infrações de trânsito. Posteriormente foram até o fiscal na praça da Estação e quando informavam o fiscal, o motorista chegou e passou a ofender os guardas com palavras de baixo calão. Um deles era negro e foi alvo de preconceito racial", disse o chefe da GM.

Por sua vez, J.A.C. afirmou que realmente houve um desentendimento na Sallum e que os guardas permitiram que ele seguisse com o ônibus e que ficou alterado quando encontrou os GMs acusando-o de ter cometido infrações de trânsito e que seria multado.

O portal ouviu ainda o advogado da Suzantur, Arlindo Basílio. Segundo ele, a empresa irá apurar o caso e ouvir todas as partes envolvidas, inclusive testemunhas que presenciaram a polêmica na Avenida Sallum. "Não podemos afirmar nada, sem apurar antes", garantiu. Injúria Racial é crime e caso seja comprovado, pode fazer com que o acusado cumpra pena de um a três anos.

"O motorista afirmou que houve discussão, mas que não ofendeu ninguém e não se recorda de ter cometido injúria racial. Ele disse que na Sallum estava ao volante quando o semáforo fechou e que buzinou duas vezes para os GMs. Assim que ele abriu e apontou o equipamento, sinalizando que estava verde. Na terceira buzinada, os guardas teriam feito gesto para que ele passasse por cima. Posteriormente, quando chegou na Estação da Fepasa estava sendo feita uma ocorrência sobre possíveis irregularidades. Ele assumiu que estava nervoso e que teve um bate-boca", disse Basílio. "Existe uma ocorrência anterior que envolve o mesmo motorista onde um PM é acusado de tê-lo agredido".

Entretanto, o advogado deixou claro que, todas as versões serão ouvidas antes que uma decisão seja tomada.

O motorista foi autuado em flagrante, pagou fiança de R$ 950 e foi liberado. Irá responder por injuria qualificada.

NOTA DA EMPRESA SUZANTUR SÃO CARLOS

A Transportadora Turística Suzano Ltda (Suzantur) esclarece, em relação ao suposto caso de injúria racial envolvendo um de seus motoristas da filial São Carlos, que não pactua com ofensas e que irá apurar o caso, para, se necessário, tomar as providências necessárias.  

 

 

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