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Polícia

DIG apura nova versão na morte de eletricista; veja o vídeo

Corpo de Otai dos Santos Queiroz foi encontrado em um carreador de cana de açúcar na divisa da Fazenda Copacabana na SP-215

17 Jul 2015 - 08h37Por Pedro Maciel e Marcos Escrivani

A investigação da morte do auxiliar de eletricista Otai dos Santos Queiroz, 24 anos, pode ter encontrado um novo rumo. A vítima foi encontrada no dia 26 de junho com um tiro no tórax e o corpo foi desovado em um carreador de cana de açúcar na divisa da Fazenda Copacabana, na rodovia Dr. Paulo Lauro (SP-215), que liga São Carlos a Descalvado. A revelação aconteceu na tarde desta quinta-feira, 16, quando o delegado Gilberto de Aquino DIG (Delegacia de Investigações Gerais (DIG) revelou a possibilidade de uma segunda versão para o assassinato.

O CASO - Na noite de 25 de junho um segurança de 31 anos afirmou à policia que a fazenda teria sido roubada e que um fazendeiro de 75 anos foi atacado por um trio. Na tentativa de defender a propriedade ele atirou para o interior da casa com o intuito de proteger seu patrão.

Segundo relatos do segurança, ocorreu troca de tiros e um dos assaltantes teria sido atingido com um tiro no tórax e morreu no local. Ainda segundo ele, o fazendeiro teria ordenado que dois funcionários colocassem o corpo do desconhecido na carroceria de sua caminhonete e desovasse na divisa da fazenda, pois a arma que estaria sendo usada pelo segurança estaria em nome do fazendeiro e estaria sem o porte expedido pela Delegacia de Polícia Federal, o que poderia lhe trazer problemas. Além de desovar o cadáver os funcionários ainda esconderam a cartucheira usada em uma mata e só confessaram o crime após a DIG localizar o corpo do auxiliar de eletricista Otai dos Santos Queiróz, 24, que estaria sendo procurado pela família desde o dia 25 quando teria saído de casa com dois amigos para pescar.

IDENTIFICAÇÃO - Um telefonema dado ao delegado Gilberto de Aquino fez com que a autoridade policial seguisse até a fazenda e descobrisse a trama. Após identificar o corpo de Otai, o delegado apreendeu uma carabina Boito, calibre 40 e uma espingarda sem marca aparente, calibre 22, com 84 munições intactas e duas deflagradas. O segurança após ser ouvido na presença de um advogado foi autuado pelos crimes de homicídio simples, porte ilegal de arma de fogo e ocultação de cadáver. O segundo funcionário da fazenda também foi autuado pelo crime de ocultação de cadáver. O fazendeiro foi indiciado pelos crimes de ocultação de cadáver e porte ilegal de arma de fogo, por ter ele entregue a arma sem registro e porte ao segurança.

NOVOS RUMOS - Após nova diligencia nesta quinta-feira, 16, Aquino ouviu da DIG a versão do comerciante F.J.F., 35, morador em São Carlos e do auxiliar de serviços gerais, A.L.T., 37, residente em um sítio na SP-215, rodovia em que também fica a fazenda. Ambos apresentaram suas versões e uma nova história para este crime está sendo escrita e poderá mudar parte do rumo das investigações.

Segundo o comerciante e o serviço gerais, Otai e eles não teriam cometido assalto e tão pouco entraram na casa sede da fazenda. Bem como conhecem o fazendeiro.

F.J.F. disse que dia 24 teriam marcado uma pescaria com seus amigos e Otai dizia que estaria sem mistura em casa e iria aproveitar para pegar bastante peixe para garantir o sustento da família. Na noite do dia 25 o comerciante e Otai, seguiram com o Santana e as tralhas de pesca (tarrafa e varas de pescar) para o sítio em que trabalhava o serviços gerais, localizado na SP-215 e após deixar o carro no sítio, seguiram a pé para a lagoa da Fazenda Copacabana, localizada na mesma rodovia e estando no local por volta das 22h40, o comerciante e o serviços gerais alegam que avistaram duas lanternas quando estariam na pescaria e uma voz teria dito para eles "sumirem" do local. Eles alegam ainda ter sido chamados de "vagabundos". Minutos depois a lanterna se apagou e ouviram vários disparos de armas de fogo, abandonaram o local e cada um saiu correndo para um lado.

O comerciante disse que durante vários dias não manteve contato com Otai e seus familiares e também não teria se comunicado com o serviços gerais após deixar o sítio sozinho em seu carro, porém após três dias eles tomaram conhecimento do encontro do corpo do auxiliar de eletricista Otai dos Santos Queiróz, 24, e após falar com familiares e advogados resolveram contar a verdadeira história que segundo eles aconteceu. O comerciante diz que nem mesmo na pescaria teriam levado armas e também não possui arma de fogo e nunca teria usado um revólver. Ele também relatou que demorou uma hora para chegar a sua casa e tentou por diversas vezes falar com Otai por telefone e que só caia na caixa postal. Ainda naquela noite pediu para esposa ligar para PM a fim de falar que teria ouvido tiros e que algo estaria acontecendo na fazenda e a PM enviou uma viatura para o local, porém tomou conhecimento que o fazendeiro teria dito que estaria tudo normal e que nada teria ocorrido naquela propriedade.

RECONSTITUIÇÃO DA NOVA VERSÃO - F.J.F. e A.L.T. disseram ao São Carlos Agora que temem coação e só querem que a verdade venha a tona, pois não são ladrões e o amigo foi assassinado quando tentava deixar a propriedade sem fazer mal a ninguém. Aquino e os investigadores encaminharam os dois homens a fazenda e na tarde de quarta-feira foi realizada uma reconstituição da versão dos amigos de Otai, cujo caso segue investigado. O delegado não descarta a realização de um novo exame de corpo de delito no fazendeiro e uma acareação entre todos os envolvidos. Segundo Aquino o crime continua sendo tratado como homicídio, porte ilegal de arma de fogo, ocultação de cadáver e poderá mudar, se toda esta segunda história for verdadeira.

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